in: https://www.cm-loule.pt/pt/385/candido-guerreiro.aspx
CÂNDIDO GUERREIRO
Nasceu em Alte em 1871
e faleceu em Lisboa em 1953. Foi advogado, poeta e dramaturgo.
Depois de frequentar o
Liceu e o Seminário em Faro, experimentou vários empregos. Cedo se apercebeu
que o sacerdócio não era a sua vocação.
Foi redactor do semanário “O Algarvio”, em Loulé, e em Beja dirigiu a Casa
Pia.
Aos 31 anos ingressou na Faculdade de Direito em Coimbra, sendo já
reconhecido pela sua veia poética. Cinco anos depois, regressou à sua terra
natal, onde foi recebido com grande aclamação por ter sido o primeiro altense a
tirar um curso universitário. Tentou a prática forense em Loulé, sem grande
êxito, passando depois a exercer funções de Notário. Entretanto foi Presidente
da Câmara Municipal, período em que a Vila de Loulé conheceu grande progresso.
Em 1923 foi residir
para Faro, onde trabalhou como Notário da Comarca.
Obras principais:Rosas
Desfolhadas (1895)Pétalas (1897)Ave-Maria (1900)Balada (1903)Sonetos (1904)Eros (1907)Glicínias (1925)Promontório
Sacro (1929)Em Forli (1931)Rainha Santa (1934)Auto
das Rosas de Santa Maria (1940)Às Tuas Misericordiosas (1945)Sulamitis (1947)Avante
e Santiago (1949)Uma Promessa (1950)Sonetos e Outros
Poemas (1972) edição póstuma
A poesia de Cândido Guerreiro espelha a afectividade que o Poeta tinha à
terra que o viu nascer. Com um vasto leque de temas (filosóficos, picturais,
eróticos, lendários, históricos e bíblicos), Francisco Xavier Cândido Guerreiro
nunca esqueceu as suas origens árabes e os seus ideais helénicos. É no soneto
que encontra a forma ideal para a sua poesia luminosa e musical.
AL-HAMBRAS"Costa algarvia... Fogo e sangue-argilaDe que Deus extraiu essa mancheiaCom que fez carne e a insuflou ideiaCerta manhã genésica e tranquila...Costa algarvia... Pinheirais, areiaQue a gente pisa, e brota uma cintila,E o nosso andar parece que rutila,Quando o poente ao largo se incendeia...E torres de almenaras, destas grutas,Em vez de fumo leve espiralandoDestas varandas, plintos, colunatasDe capitéis floridos de volutas,Sobem às vezes, de repente e em bando,Pombas bravas, cinzentas, timoratas..."In, Sonetos e Outros Poemas
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