O Vosso colega Yoan Morgado escreveu este texto que nos enviou e autorizou a publicar no blogue da biblioteca.
Agradecemos a Sua simpatia e o seu empenho e disponibilidade e gostaríamos também de publicar outros textos, imagens e desenhos executados por outros alunos(as).
Retirado do textossemaspas.blogspot.pt (por favor, consultem o blogue do Vosso colega)
Textos Sem Aspas
segunda-feira, 26 de outubro de 2015
o que é ser uma boa pessoa?
O que é ser uma boa pessoa?
É uma pergunta que á partida todos sabem, mas de onde vem este conhecimento? A resposta para a pergunta deriva muitas vezes do senso comum, afinal partilhamos todos uma noção do que é ser boa pessoa, embora defira um pouco de pessoa para pessoa, não difere muito. Será que a resposta é mais profunda do que pensamos?
Vamos tripartir o conceito «ser boa pessoa»
Ser- o conceito de ser foi abordado várias vezes, por varias pessoas, de várias maneiras e feitios desde à muito tempo. Uma das vertentes estudadas foi o ser como identidade, usamos o «ser» para identificar ou distinguir um objeto (pessoa, alguém, algo) em relação a outro objeto (ideia, conceção, noção) por exemplo: -o João é bonito; o quadro é excelente; eu sou livre; etc.
Boa/bom- só por si, é um conceito subjetivo, deriva da moralidade, do que separa o bem e o mal, da bondade e da maldade. por exemplo: - o João comprou uma lata de salchichas e doo-a a uma IPSS- por um lado o João comparticipou para a continuação da privação do direito fundamental de viver de seres vivos (a lata de salchichas), por outro lado, a sua doação vai alimentar quem mais precisa. Não podemos subjugar a importância de nenhum dos lados, porque a ação não foi nossa, e só o João é que pode ponderar o que deve de fazer. No caso do João ele achou mais importante ser solidário. Podemos colocar uma duvida ao leitor, ele fez uma boa ou uma má ação segundo, e apenas segundo, a nossa moralidade?
O que pode ser bom para um, pode ser mau para outro.
Podemos até encontrar já uma contraposição na nossa duvida principal «Se há uns que me acham bom e outros que me acham mau, o que sou eu? Eu sou bom ou sou mau?
Pessoa- é mais um conceito complexo, que se pode escrever de diversas formas, assim como em biologia, direito, gramatica, filosofia e ao conhecimento comum, Vamos dar foco primeiramente á gramática excluindo a biologia e o direito. em gramática uma pessoa é sinonimo de ser humano, o que por consequente seria ilógico dizer, «do outro dia adotei uma pessoa- referindo-se a um gato» no entanto, seria assim tão ilógico seguindo uma opinião que enquadre um animal não humano nos critérios que definem uma pessoa segundo um conhecimento comum?
Uma pessoa é um ser consciente, com uma personalidade diferente de qualquer outro ser, é um ser emotivo, criativo, com identidade própria, etc. -não há duas pessoas iguais- assim sendo qualquer ser pode ser uma pessoa. se eu distinguir/identificar uma pessoalidade no meu animal de estimação, ele, para mim, é uma pessoa. E segundo o que define uma pessoa, também podíamos considerar uma autómato uma pessoa e não podemos considerar um recém nascido uma pessoa, justificadamente, só possuindo instinto de vida e instinto de morte.
O conceito de pessoa apresenta mais contrapontos históricos e conceptuais, daremos foco ao conhecimento corrente e partir do pressuposto que todos os seres humanos são pessoas independentemente se as conhecemos ou não.
A pessoalidade é um fenómeno dinâmico crescendo ao longo do tempo e maturando no decorrer das experiencias vividas, formamos uma personalidade (com influencias culturais, parentais, genéticas, etc) adquirimos interesses, vocações e afinidades (musica, literatura, dança, desporto) adotamos -ou não- uma religião, aspetos emocionais próprios a cada um. Em resumo a nossa pessoalidade é o conjunto do corpo humano com a personalidade.
Mas afinal o que é ser boa pessoa?, eu sou boa pessoa? É uma pergunta interdependente, dependente ou independente da opinião outros? Se eu me considerar boa pessoa, sou boa pessoa? Ou ainda posso me fazer essa pergunta?
Podemos tentar responder de dois pontos de vista diferentes.
Num ponto de vista exterior, aos olhos dos outros, nunca saberemos se somos bons ou maus, até nos contarem. – segundo a opinião do locutor- a subjetividade da moralidade põe-nos numa posição extrinsecamente desconfortável perante o mundo, por vezes queremos seguir o que está pessoalmente certo, mas escolhemos brilhar aos olhos dos outros. Em resumo nós somos boas pessoas, más pessoas, pessoas indiferentes, as piores e as melhores, porque nos definimos segundo o sentido moral exterior ao nosso. Nunca podemos favorecer todos.
Aos nossos olhos, é fácil dizermos se somos boa pessoa ou não, se agirmos de acordo com a nossa moralidade somos boas pessoas, mas se assim o dissermos, não tentamos ser as melhores. Para seremos, -pelo menos tentar- ser melhores, é imperativo um autoconhecimento da nossa pessoa, e desafiar a nossa pessoalidade a ir mais além.
Julgo que o ser boa pessoa é subjetivo.
Uma namorada minha uma vez disse-me, «podemos sempre tentar ser a melhor pessoa que podemos ser» fiquei a ruminar a frase, tanto que cheguei a esta conclusão:
-Embora eu possa ser uma boa pessoa -ou penso ser-, ou não posso me considerar bom, mas um ser em constante melhoria, não porque quero ser bom, por vias de altruísmo ou egoísmo psicológico, mas por um intrínseco dever humano. É-me mais fácil ser um «filantropo» do que ser boa pessoa. Sermos amates e representantes do que é fundamental para todos nós, e não deixar que uma moralidade sem ética nos represente.
O melhor alimento que se pode dar a uma ideia, é a ação.
-yoan morgado
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