terça-feira, 11 de novembro de 2014


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 Outro tema abordado pela Educação Especial

 Os alunos com multideficiência
Os alunos com multideficiência apresentam combinações de acentuadas limitações, as quais põem em grave risco o seu desenvolvimento levando-os a experienciar graves dificuldades no processo de aprendizagem e na participação nos diversos contextos em que estão inseridos: educativo, familiar e comunitário. Estas limitações e o seu nível de funcionalidade resultam da interação entre as suas condições de saúde e os fatores ambientais. Segundo Orelove, Sobsey e Silberman (2004) e Saramago etal., (2004:213), as crianças com multideficiência:

“...apresentam acentuadas limitações no domínio cognitivo, associadas a limitações no domínio motor e/ou no domínio sensorial (visão ou audição), e que podem ainda necessitar de cuidados de saúde específicos. Estas limitações impedem a interação natural com o ambiente, colocando em grave risco o acesso ao desenvolvimento e à aprendizagem”.

 No âmbito desta descrição e a observação conclui-se que os alunos com multideficiência podem apresentar características muito diversas, as quais são determinadas, essencialmente, pela combinação e gravidade das limitações que apresentam, pela idade em que surgem e pelas experiências vivenciadas.

Constituem, portanto, um grupo muito heterogéneo e consequentemente, são alunos com necessidades de aprendizagem únicas e excecionais que evidenciam um quadro complexo e precisam de apoio permanente na realização da maioria das atividades quotidianas, como seja a alimentação, a higiene, a mobilidade, o vestir e o despir.

Embora constituam uma população heterogénea é comum manifestarem acentuadas limitações ao nível de algumas funções mentais, bem como acentuadas dificuldades ao nível da comunicação e da linguagem (de referir dificuldades na compreensão e na produção de mensagens orais, na interação verbal com os parceiros, na conversação e no acesso à informação) e ao nível das funções motoras, nomeadamente na mobilidade (por exemplo: no andar e na deslocação, na mudança de posições do corpo, na movimentação de objetos e na motricidade fina). Podem apresentar também, limitações nas funções visuais ou auditivas, sendo frequente coexistirem graves problemas de saúde física, nomeadamente epilepsia e problemas respiratórios. Relativamente à atividade e participação destes alunos, as suas maiores dificuldades situam-se a nível:


·         dos processos da interação com o meio ambiente (com pessoas e objetos);
·         da compreensão do mundo envolvente (dificuldade em aceder à informação);
·         da seleção dos estímulos relevantes; da compreensão e interpretação da informação recebida;
·         da aquisição de competências;
·         da concentração e atenção;
·         do pensamento;
·         da tomada de decisões sobre a sua vida;
·         da resolução de problemas.

De realçar, ainda, que a qualidade e quantidade de informação recebida e percebida é normalmente limitada e distorcida, devido, em parte, às suas limitações mas também ao facto de terem poucas experiências significativas (Amaral, 2002).

Como se depreende estas limitações e dificuldades fazem com que estes alunos compreendam o mundo de modo diferente, precisem de ter mais experiências significativas para manterem as competências já desenvolvidas e necessitem de vivenciar situações idênticas em diferentes contextos que facilitem a generalização de competências. Normalmente manifestam um tempo de resposta mais lento do que os alunos sem problemas, dão menos respostas e estas são mais difíceis de compreender, apresentando um desenvolvimento comunicativo inferior ao esperado para a sua faixa etária. Estes aspetos têm naturalmente influência na quantidade e na qualidade das interações estabelecidas com o meio envolvente levando estes alunos a um reduzido número de parceiros e de ambientes (ibid). Estes alunos, normalmente, não usam a linguagem oral, o que lhes dificulta significativamente a comunicação com os outros. A incapacidade para usar a fala tem um impacto muito forte no desenvolvimento das capacidades individuais, no controlo do Necessidade de participarem em Experiências significativas Dificuldades influenciam quantidade e qualidade das interações Dificuldades ao nível das atividades e participação Dificuldades de comunicação.


Organização da resposta educativa ambiente que as rodeia (mesmo o mais elementar aspeto da vida diária), para além das suas repercussões no desenvolvimento social. As barreiras que se colocam à sua participação e à aprendizagem são muito significativas e faz como que necessitem de:

·         apoio intensivo quer na realização das atividades diárias, quer na aprendizagem;
·         parceiros que os aceitem como participantes ativos e sejam responsivos;
·         vivências idênticas em ambientes diferenciados;
·         ambientes comuns onde existam oportunidades significativas para participar
em múltiplas experiências diversificadas;
·         oportunidades para interagir com pessoas e com objetos significativos.
(Amaral et al, 2004)


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