quinta-feira, 2 de maio de 2013

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À descoberta dos Clássicos … Jean Baptiste Racine (La Ferté-Milon, Aisne, 22 de dezembro de 1639 - Paris, 21 de abril 1699)



Dramaturgo e poeta francês, mestre da tragédia clássica francesa, Jean Racine nasceu a 21 de dezembro de 1639, em La Ferté, e morreu a 21 de abril de 1699, em Paris. Embora com algumas pequenas peças já escritas, foi Andromaque, representada em 1667, que assegurou a sua reputação. Seguiram-se Britannicus (1669), Bérénice (1670), Bajazet (1672), Iphigénie (1674) e Phèdre (1677). Escreveu ainda dramas religiosos: Esther (1689) e Athalie (1691). O seu teatro, que procura corresponder aos cânones da tragédia grega, expõe o drama de seres possuídos por uma paixão capaz de os destruir.

Jean Racine (1639-1699), seguramente, é um dos grandes mestres do teatro moderno e, em conjunto com Shakespeare, com Corneille e com Molière, representa até hoje referência obrigatória para aqueles que desejam reconstituir a trajetória das artes dramáticas do ocidente.

Pouco ou quase nada se fala de sua habilidade em reciclar as obras da Antiguidade Clássica greco-latina em prol de uma nova arte dramática que surge a partir do renascimento e que se desenvolve até os dias de hoje. A capacidade de “reciclar” ou, simplesmente, “aludir” não é nova, como podem imaginar alguns que se debruçam, sistematicamente, sobre a tão propalada e reverenciada intertextualidade, pedra de toque da pós-modernidade.

Durante muito tempo, mormente no período romântico, muitos autores foram taxados de pouco originais e, até mesmo, de plagiadores por tomarem motivos das práticas letradas da Antiguidade Clássica e os colocarem a serviço de uma poética inovadora. Tal vitupério, contudo, não possuía e não possui escopo teórico algum, pois o que faziam, ao tratar o manancial poético antigo, nada mais era do que aplicar determinados conceitos retóricos antigos dentro do processo de invenção (inuentio) que, entre outras coisas, previa o reaproveitamento de temas, segundo categorias próprias à paidéia coetânea do produto pretendido.

Tais inferências críticas, no entanto, soam hoje absolutamente anacrónicas. Racine, portanto, a partir das disputas simétricas entre Orestes e Pirro, os discursos fluviais de Agripina, as súplicas apaixonadas de Burrhus e as acusações de Ulisses, além de representar uma tradição clássica que, aparentemente, definhará nos estertores do século XVIII, contribui como êmulo, apropriando-se de desenhos antigos para retratar a alma do homem de seu século e uma cultura francesa do século XVII.

Vem à tua BE e … Deixa-te seduzir por Racine … Mestre da Tragédia Clássica Francesa!

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