quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Ao cuidado dos nossos alunos. A vida está a ser difícil?


Documentário mostra o outro lado da moda a bloggers noruegueses
28.01.2015 Por Inês Garcia
O jornal norueguês Aftenposten levou três bloggers de moda a uma fábrica têxtil em Phnom Penh, capital do Camboja, e desafiou-os a trabalhar lá durante um mês.
Fábricas de Roupa: moda que mata é uma mini-série documental de cinco episódios, de dez minutos cada, que mostra 30 dias no Camboja de Frida Ottesen, Ludvig Hambro e Anniken Jorgensen, três dos mais conhecidosbloggers de moda noruegueses.
“Queríamos criar uma série que fizesse a juventude norueguesa pensar nas pessoas que lhes fazem a roupa. Os adolescentes aqui [na Noruega] gastam rios de dinheiro em roupas mas nenhum sabe onde são feitas”, explicaram os produtores responsáveis.
Ao longo de um mês – e ao longo da série – os três jovens visitam vários lares e trabalham como funcionários de uma fábrica têxtil, exactamente com as mesmas “regalias”: dez a 12 horas de trabalho, sete dias por semana, com a remuneração diária de 2,66 euros (o equivalente a 115 euros por mês) e apercebem-se que os “verdadeiros” trabalhadores não podem dizer “não” a baixos rendimentos nem reclamar sobre as condições de trabalho porque precisam de sustentar as suas famílias.
Na série, Anikken, 17 anos, adepta confessa de compras, chora e questiona-se sobre aquele tipo de vida, comentando que a sua casa de banho na Noruega é maior que “a casa inteira” daqueles trabalhadores. Habituada a gastar 500 euros por mês em roupa, a jovem diz que a experiência – também relatada no seu blogue – mudou a sua perspectiva não só sobre a indústria da moda mas também sobre a vida.
Ludvig Hambro, outro dos bloggers, compara a vida na Noruega à vida “dentro de uma bolha”. “Achamos que sabemos tudo e que as condições são más. Mas não sabemos quão más até as vermos realmente”, desabafa. “É um ciclo vicioso eterno. Nunca pára. Ficamos aqui sentados a coser a mesma coisa vezes e vezes sem conta. Estou com fome, cansada e doem-me as costas”, diz Frida, depois de duas horas de trabalho.
A gigante sueca H&M, mencionada por Anikken num dos episódios – “Não percebo porque não fazem nada. Eles têm poder!” – recusou ser entrevistada para o documentário mas foi das primeiras a reagir e a revelar que tem lutado pelas condições dos trabalhadores nos países asiáticos. “A H&M está presente no Camboja há mais de 10 anos. Em 2005 tornámo-nos membros do programa Better Factories Cambodia, da Organização Internacional do Trabalho, que pretende melhorar as condições de trabalho dos funcionários das indústrias têxteis”, revelou a marca em comunicado enviado ao jornal francês L'Express.

O documentário – disponível com legendas em inglês e espanhol no site do jornal – já foi visto mais de 1,5 milhões de vezes. “Criou um debate aceso na Noruega mas também em países como a Espanha, Bélgica, México e Argentina”, revela Joakim Kleven, realizador da série documental, também disponível no YouTube. Para o realizador, é “óbvio que existe um interesse entre adolescentes e adultos” e agora, com o alerta já lançado, a responsabilidade é das marcas.

Vê os documentários no site: http://www.aftenposten.no/webtv/serier-og-programmer/sweatshopenglish/
in: http://lifestyle.publico.pt/noticias/344140_documentario-mostra-o-outro-lado-da-moda-a-bloggers-noruegueses

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