Está lançado um novo desafio!
Vem descobrir!!!
(Fonte: Jornal de Notícias e Folha de São Paulo.)
A Academia sueca atribuiu, esta quinta-feira, o Nobel da Literatura a Abdulrazak Gurnah.
O Nobel da Literatura é um prémio concedido anualmente, desde 1901, pela Academia Sueca a autores que fizeram notáveis contribuições ao campo da literatura e tem um valor pecuniário superior a 900 mil euros.
Em Portugal, este autor tem apenas um livro editado: "Junto ao Mar", pela Difel, em 2003.
O escritor da Tanzânia, que vive no Reino Unido, foi distinguido pela exploração dos "efeitos do colonialismo e o destino dos refugiados no fluxo entre culturas e continentes."
Abdulrazak Gurnah nasceu em 1948 em Zanzibar, um arquipélago na costa este africana, mas exilou-se desde os 18 anos no Reino Unido, onde se reformou recentemente da Universidade de Kent, tendo aí sido professor de Literatura Inglesa e Pós-Colonial. É o primeiro autor negro africano a ser reconhecido pela Academia Sueca em mais de trinta anos, depois do nigeriano Wole Soyinka, laureado na década de oitenta. É o 118.º laureado na história do Nobel da Literatura.
Perante um galardão que é "historicamente muito ocidental", como escreve a agência France Presse, a última vez que a Academia Sueca distinguiu um autor africano com o Nobel da Literatura foi em 2003: o sul-africano J.M. Coetzee.
De toda a história do Nobel da Literatura, atribuído pela primeira vez em 1901, mais de 80% foram autores europeus ou norte-americanos, contabilizou a AFP.
Abdulrazak Gurnah, que escreve em inglês -embora a sua língua materna seja o suaíli-, publicou sobretudo romance e contos, nomeadamente "Paradise" (1994) e "Afterlives" (2020) e "tem sido amplamente reconhecido como um dos mais proeminentes escritores do pós-colonialismo".
"A sua partida [de Zanzibar] explica o papel central que o exílio tem em toda a sua obra, mas também a sua ausência de nostalgia por uma África primitiva e pré-colonial", afirmou a Academia Sueca.
No entender do comité, a obra literária de Abdulrazak Gurnah é um "retrato vívido e preciso de uma outra África, numa região marcada pela escravatura e por diferentes formas de repressão de vários regimes e poderes colonialistas: português, indiano, árabe, alemão e britânico".
"As personagens deslocadas de Gurnah, em Inglaterra ou no continente africano, encontram-se entre culturas e continentes, entre a vida deixada para trás e a que está por vir, enfrentam racismo e preconceito, mas também obrigam-se a silenciar a verdade ou a reinventar uma biografia para evitar um confronto com a realidade", justificou a academia.
Sinopses de algumas das suas obras:
Memory of Departure (“Memória de Partida”, em tradução livre) foi o primeiro livro publicado por Gurnah, quando o autor tinha 39 anos. A história, que se passa numa cidade costeira da África Ocidental, mostra como a pobreza e a depravação causaram estragos à família de Hassan Omar, protagonista e narrador da obra. Num determinado momento da narrativa, Hassan sai de casa e vai viver com um tio rico em Nairóbi, capital do Quénia. Lá, descobre não só os luxos da vida, mas também tem acesso à corrupção e à hipocrisia.
Paradise (“Paraíso”) conta a história de Yusuf, um menino que vive na Tanzânia. Na obra, o jovem é penhorado pelo pai em troca de uma dívida e acaba por tornar-se criado de um comerciante. O pano de fundo do enredo mostra uma África corrompida pelo colonialismo e pela violência. A obra rendeu a Gurnah o Prémio Booker, concedido anualmente ao melhor romance escrito em inglês e publicado no Reino Unido ou na Irlanda. Paradise foi o que catapultou o sucesso do tanzaniano – e parece ter sido decisivo para o seu Nobel.
By the Sea (“Junto ao Mar”) conta a história de dois imigrantes africanos que vivem no Reino Unido, mas em condições muito diferentes: enquanto um deles está a pedir asilo a Inglaterra, o outro já está estabelecido no país e trabalha como professor de literatura. No entanto, ambos estão ligados por uma história do passado. O livro também chegou a ser nomeado para o Prémio Booker, mas não venceu.
Afterlives (algo como “Vidas Depois da Morte”) é o livro mais recente de Abdulrazak Gurnah. A obra incide no colonialismo e em como este pode afetar os indivíduos. Para isso, aborda diversos períodos da história da Tanzânia, desde a exploração pela Alemanha (entre os séculos XIX e XX) até à colonização britânica e a conquista da independência, em 1961. Tudo isso usando como base a trajetória da personagem Ilyas, um homem que, em criança, foi vendido pelos seus pais às tropas alemãs.
Encontramos algumas das obras (em inglês) deste escritor nos linksseguintes:
https://fepogaguwawu.inovelinks.icu/by-the-sea-book-23566ng.php
Neste mês de Outubro, comemoramos o Mês Internacional das Bibliotecas Escolares. O tema deste ano é: “Contos de fadas e contos tradicionais de todos os países”.
No que nos diz respeito, encontramo-nos a recolher um conjunto de podcasts para publicação de contos de países cujos alunos frequentam o nosso agrupamento e que serão agregados a todas as recolhas que estão a ser feitas no Algarve, na criação de um ficheiro comum e partilhado.
Quanto a Portugal, deixamo-vos aqui alguns exemplos de contos tradicionais do nosso país:
https://www.lapismagico.com/contos-tradicionais/
https://lendasecalendas.forumeiros.com/f3-lendas-mitos-e-contos-tradicionais-portugueses
https://bibliotecadigital.ebsqf.pt/index.php?page=13&id=12&db=
https://docero.com.br/doc/nv108
No que se refere especificamente à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, deixamo-vos aqui também uma recolha de vários contos e lendas tradicionais de Brasil, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Timor, Guiné-Bissau, Angola e Moçambique:
Abaixo, encontramos exemplos de outros contos de base tradicional, para consulta pública:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me001614.pdf
A Biblioteca ESLA deseja a toda a comunidade escolar um Excelente ano letivo.
E a melhor maneira de começar é:
O Agrupamento, representado pela sra. subdiretora Dalila Afonso, fez a doação de manuais escolares a uma ONG(Organização Não Governamental)-Siló-gambasse na Guiné, representada na pessoa do sr. Sandé Iafa.
Aqui fica o registo
As Três Irmãs
Representação teatral a cargo do12ºF, em estreita colaboração com a professora Inês Aguiar, e com correção linguística do guião a cargo da professora Amélia Rocha.
A solidão dos tempos modernos
O século XX foi o grande potenciador das inovações tecnológicas e da modernidade no setor. De uma forma talvez demasiado repentina, tivemos de nos habituar a viver e a estar rodeados de aparelhos e de conceitos que, outrora, se julgariam inimagináveis.
Invenções como o rádio, a televisão, o cinema foram marcos importantes no quotidiano de pessoas com vidas monótonas, rotineiras e atitudes apáticas. As criações da modernidade garantiram, desta forma, meios de comunicação e de informação que asseguraram a companhia a muitos.
Enquanto que, em tempos anteriores, a grande diversidade de meios de comunicação era encarada enquanto bênção, com o decorrer dos anos, e com a passagem das gerações, veio-se a provar uma quase que maldição. Efetivamente, o surgimento de redes sociais, de plataformas de vídeo e de programas de entretenimento de fácil acesso geraram uma solidão nunca antes sentida. Não se trata de uma solidão física, mas de uma solidão mental, emocional: a solidão dos tempos modernos.
É seguro dizer-se que os novos meios de comunicação são ferramentas de grande utilidade para a população atual, tendo em conta que se desenvolvem de acordo com as necessidades da mesma. Porém, por muito benéfica que essa facilidade e conveniência se mostre, dá lugar a uma dependência e a uma autossuficiência, a meu ver, excessivas.
Atualmente, é rara a procura de informação que não seja feita na Internet. Com todas as respostas à distância de um clique, a relevância de um livro ou uma interação com outra pessoa, para muitos, perde-se. Esta situação é representativa de um sério problema enfrentado pela sociedade atual: o da falta de comunicação pessoal. Esta escassez de interação e de convivialidade leva ao marasmo e a uma atitude que conduz, não raras vezes, a uma solidão tremenda.
Do mesmo modo, uma grande ameaça à sociedade de hoje em dia é a panóplia de redes sociais e a partilha excessiva que nelas de dá. Este catálogo de plataformas de partilha contribui ainda mais para a incapacidade da população de fazer uma vivência plena e significativa. Esta obsessão pela vida alheia e a entrada num ciclo vicioso de scrolls pode representar um travão na convivialidade e levar a atitudes tendentes a uma menor sensação de realização pessoal e de superficialidade.
Na minha opinião, a tecnologia atual está a tornar-se cada vez mais nociva para a população geral. A facilidade e a conveniência oferecidas criam a ilusão de uma felicidade passageira e efémera, que é uma arma contra a concretização pessoal. Ao mesmo tempo que as inovações aproximam as pessoas que estão longe através de uma simples mensagem, estas afastam, com a mesma rapidez, aqueles que se encontram perto, fisicamente. É assustador, para mim, pensar no quão banal esta situação se afigura para um considerável número de pessoas.
Em guisa de conclusão, apraz-me dizer que, com a situação de pandemia em que vivemos atualmente, a sociedade se começa a aperceber da necessidade do toque e do contacto físico. Tenho esperança de que, de ora em diante, a interação pessoal volte a ser valorizada e não seja tomada como garantida, já que só esta parece ser a cura para a solidão emocional sentida.
Inês Reis
12ºF
Revisão e correção: Prof. Amélia Rocha
V CENTENÁRIO DE CAMÕES! CAMÕES, ENGENHO E ARTE! Participa...