terça-feira, 19 de novembro de 2019

in:  https://www.ualg.pt/pt/content/equipa-ualg-palestras-nas-escolas

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FORMULÁRIO DE PROCURA
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EQUIPA UALG / PALESTRAS NAS ESCOLAS
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A UNIVERSIDADE VAI À ESCOLA / A ESCOLA VEM À UNIVERSIDADE
Palestras dirigidas a alunos e professores das escolas básicas e secundárias.
O QUE É?
A Equipa UAlg é uma iniciativa da Universidade do Algarve que pretende:
·         Estreitar relações entre o ensino superior e os ensinos básico e secundário; 
·         Proporcionar a alunos e docentes das escolas básicas e secundárias um conhecimento aprofundado em áreas científicas diversificadas;
·         Sensibilizar para a importância do ingresso no ensino superior.
COMO ATUA?
Propõe um conjunto de palestras e outras ações, gratuitas, acessíveis e informais, realizadas por docentes da UAlg, que poderão ser integradas nos programas das disciplinas e das atividades das escolas. Os temas são definidos consoante as faixas etárias e o nível de formação dos destinatários.

COMO CONSULTAR A OFERTA?
As palestras estão disponíveis nesta página e encontram-se organizadas por áreas. Pelo seu caráter multidisciplinar, algumas delas poderão enquadrar-se em mais do que uma área. 
ONDE DECORREM AS PALESTRAS/ATIVIDADES?
A Equipa UAlg divide-se em duas categorias: "A Universidade vai à Escola", que consiste na oferta de atividades e palestras em que o docente da UAlg se desloca às escolas da região do Algarve, e "A Escola vem à UAlg", que disponibiliza um conjunto de temas nas instalações da Universidade.
Para além da oferta apresentada, estamos disponíveis para organizar uma visita ou atividade específica de acordo com as necessidades de cada grupo.

COMO SOLICITAR UMA PALESTRA?
É o Gabinete de Comunicação da Universidade do Algarve que centraliza os contactos com os docentes da Equipa UAlg e organiza as visitas às escolas. Os interessados deverão preencher a ficha de inscrição, indicando o tema escolhido e sugerindo as datas mais convenientes.
PALESTRAS PARA O ANO LETIVO 2019/2020 AQUI
CONTACTOS:
Universidade do Algarve
Gabinete de Comunicação
Campus de Gambelas - 8005-139 Faro
Tel.: 289 800 099
E-mail: equipaualg@ualg.pt

Equipa UAlg 2019/20
in: https://www.ualg.pt/pt/evento/seminario-microplastics-emergent-threat-public-enemies

Campus de Gambelas - Sala 2.31a, edifício 7
quarta, 20 novembro, 2019 - 13:30 até 14:30
O Centro de Ciências do Mar (CCMAR) organiza, no dia 20 de novembro, pelas 13h30, o seminário "Microplastics: from emergent threat to public enemies", que terá como oradora a investigadora do CCMAR, Isabel Marín Beltrán.
A entrada é livre.
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segunda-feira, 18 de novembro de 2019

in:
https://24.sapo.pt/vida/artigos/jorge-de-sena-e-sophia-de-mello-breyner-andresen-a-amizade-a-obra-e-a-vida-numa-conversa-para-ouvir-em-cartas-e-versos?fbclid=IwAR2Ms0iDw0QwCmYo_cZPF9JPdZ3oyNkOmYI5w9wMqLiqCTiVyIO9Ex6MAf8#_swa_cname=sapo24_share%26_swa_cmedium=web%26_swa_csource=facebook%26utm_source=facebook%26utm_medium=web%26utm_campaign=sapo24_share

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Jorge de Sena e Sophia de Mello Breyner Andresen. A amizade, a obra e a vida numa conversa para ouvir em cartas e versos
JORGE DE SENA E SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN. A AMIZADE, A OBRA E A VIDA NUMA CONVERSA PARA OUVIR EM CARTAS E VERSOS
Alexandra Antunes
Pedro Soares Botelho
Paulo Rascão
Pedro Marques dos Santos

6 nov 2019
Eles escreveram, eles foram e são lidos. São estudados, são citados. Eles celebram o seu centenário entre estes primeiros dias do mês de novembro — assim, no presente, porque é preciso resistir “um pouco mais à morte que é de todos e virá” e, mesmo que se morra, “o poema encontrará uma praia onde quebrar suas ondas”. Eles são Jorge de Sena e Sophia de Mello Breyner Andresen e aqui contam-se as suas histórias, as suas conversas, recorrendo também às palavras escritas pelos próprios, que a vida é melhor em cartas e versos.
[Para ouvir a leitura dos excertos dos poemas e cartas, carregue sobre as partes sombreadas do texto]
Ouvir — Sophia:
A respiração de Novembro verde e fria
Incha os cedros azuis e as trepadeiras
E o vento inquieta com longínquos desastres.
A folhagem cerrada das roseiras
Novembro de 1919. Apenas quatro dias separaram os nascimentos de Jorge de Sena e Sophia de Mello Breyner Andresen, que viriam a crescer poetas — e poetas amigos, próximos, que se entendiam apesar dos quilómetros que viriam a separá-los.
Ele nasceu em Lisboa, no dia 2; ela no Porto, no dia 6. E se não se escolhe quando nem onde se nasce, escolhe-se o que se faz depois. Considerados dois dos maiores poetas portugueses do século XX, mantiveram em vida uma profunda amizade que ficou registada, entre outros escritos, na correspondência regular, desde o final dos anos 1950, após o exílio de Sena, e que constitui não só uma obra da literatura e da estética, como um retrato da época, até aos anos 1970.
A edição das cartas só foi possível porque Jorge de Sena guardava toda a correspondência — a que recebia e a que enviava; já Sofia desfez-se de tudo. Quando se escreviam, partilhavam vidas e construíam o futuro da poesia portuguesa sem se darem conta.
Após a morte do escritor, foi a sua mulher, Mécia de Sena, que avançou com a publicação. “Tinha eu combinado com a Sophia que juntaríamos estas cartas pensando eu em publicá-las quando assim o entendêssemos. Mas encontrei dificuldades e não só naquelas que inicialmente me foram impostas pela PIDE, até que agora, finalmente, graças a outro amigo persistente, se resolveram”, lê-se na nota prévia do livro.
Ouvir — Sophia:
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.
Maria Andresen de Sousa Tavares, uma das filhas da escritora, escreveu também uma nota à edição, que justifica este agregar de cartas. “Não foi sem hesitação que me dispus a colaborar na publicação desta correspondência. Eu não a conhecia. A minha mãe não guardou as cartas que de muitos lados foi recebendo, nem os rascunhos das que foi enviando (em geral bem poucas). Mas Jorge de Sena, como se sabe, guardava e arquivava umas e outras”.
A própria Sophia confirma o pouco que produziu no género epistolar numa carta escrita em Lisboa, endereçada a Jorge de Sena, datada de 1960.
Ouvir — Sophia:
Desculpe o longo silêncio: você sabe que eu tenho a maior vocação para falar ao telefone e nenhuma vocação para escrever cartas.
Aliás ando terrivelmente dispersa sem conjugar ideias.
Alexandra Antunes | MadreMedia

As “conversas a dois” — por vezes estendidas às respetivas famílias — mostram “uma amizade apaixonadamente crente no seu próprio valor e, como tal, incondicionalmente fiel a si mesma. E essa fidelidade permitiu-lhe prevalecer, resistir a tanto tempo, tanta ausência, tantos obstáculos e chegar, nessa pureza, até à morte. Que algumas amizades prevaleçam para além de tudo é uma espécie de luz, talvez a pequenina luz bruxuleante”.
Ouvir — Jorge:
Uma pequenina luz bruxuleante
não na distância brilhando no extremo da estrada
aqui no meio de nós e a multidão em volta
une toute petite lumière
just a little light
una picolla… em todas as línguas do mundo
uma pequena luz bruxuleante
brilhando incerta mas brilhando
aqui no meio de nós
Apagando a distância, Sena e Sophia falaram de tudo um pouco. Mas é notória a discussão em torno das suas obras e dos percursos criativos de cada um. Pelo meio das cartas surgiam, então, pedaços de poesia. O que um escreveu em jeito de rabisco, o que está prestes a ser publicado — nos Cadernos de Poesia ou na Távola Redonda, por exemplo — mas que se quer que seja lido primeiro por quem está longe, e os exemplares do que já viu a luz do dia.
Ouvir — Jorge:
A Sophia de Mello Breyner Andresen enviando-lhe um exemplar de “Pedra Filosofal”
Filhos e versos, como os dás ao mundo?
Como na praia te conversam sombras de corais?
Como de angústia anoitecer profundo?
Como quem se reparte?
Como quem pode matar-te?
Ou como quem a ti não volta mais?
As opiniões não eram escondidas. Elogiava-se, viviam-se as palavras partilhadas. Tudo era dito, de forma direta, para que o outro pudesse melhorar o que tinha escrito, fosse esse o caso, ou apenas para saber que tinha atingido o topo. Sobre poesia, sobre contos, sobre tudo.
Ouvir — Sophia:
Lisboa, 20 de março de 1961
Caríssimo Jorge,
Muito obrigada pela Poesia e pelas Andanças do Demónio.
A sua poesia reunida vê-se melhor. O livro deu-me uma extraordinária impressão de grandeza. Uma grandeza que é estilo, precisão, exactidão, força, construção e mais ainda testemunho, olhar olhando de frente, inteireza, coragem.
(…)
Obrigada também pelo seu livro de contos. O conto que prefiro é o Atlântico que tem um ambiente extraordinário em que se toca o navio, o mar, os homens, a vastidão do mundo, que vivem espantosamente para além da história que é contada. Você cria um momento suspenso no meio do tempo, no meio da noite, no meio do mar.
Do primeiro conto, que tem coisas óptimas, penso que você não desenvolveu o tema completamente.
Não compreendo muito bem o sentido do segundo conto. Em versos eu não preciso de compreender, mas em prosa preciso. E neste seu conto não consegui entender mais do que a imagem do mar e da solidão. Não compreendi o que era aquele peixe.
(…)
Para si e para a Mécia um grande abraço da muito amiga
Sophia
As respostas para a crítica, por sua vez, nem sempre chegavam. Mas, com o passar o tempo, Sophia e Sena aprenderam a fintar as dificuldade do país que foi sempre deles — mesmo quando lá não estavam — , bem como as páginas em branco para as cartas devido à enxurrada de letras para a obra.
Ouvir — Jorge:
Araraquara, São Paulo,
20 de dezembro de 1962
Caríssima Sophia,
Perdoe-me, se pode, o meu silêncio. Mas eu já não sei que fazer para aguentar o trabalho incrível que é e cada vez mais vai sendo o meu. Todos os dias penso nas cartas que preciso de escrever àqueles que estão sempre presentes no meu coração; e todos os dias sucumbo ao peso das urgências atropeladas de tudo o que tenho aceitado fazer.
(…)
Não foi, pois, por desinteresse que tenho estado calado, mas por humana impossibilidade. Espero que esta carta lhe chegue às mãos e se lhe demore nelas. Nunca imaginei que a P[IDE]. se tentasse com os meus autógrafos… Resta-nos a consolação de pensarmos que ficaram sabendo o que já sabiam ou o que até bom seria que soubessem.
(…)
E creia na dedicação e na amizade do sempre seu
Jorge

Alexandra Antunes | MadreMedia
Jorge de Sena contou, numa entrevista em julho de 1972, o processo que o levou a isto de “ser poeta”. “Escrevi sempre sem ter consciência disso, quando era criança. E por volta de quando tinha 16 anos comecei a escrever conscientemente de que escrevia”, explica.
“Eu mostrava alguns desses meus poemas a alguns colegas, primeiro de liceu e depois da faculdade, e havia um par de amigos que tinham a paciência, coitados, de ouvir tudo aquilo que eu mostrava. Uma das coisas que mais influência teve na forma como eu me tornei independente na forma como escrevo foi a estreiteza de um dos meus colegas, que tinha a convicção de ser um dos homens mais inteligentes do mundo — sempre teve, coitado — e que era de facto muito inteligente, mas que não percebia nada de poesia moderna e que constantemente insistia que aquilo que eu escrevia não era poesia”.
Por sua vez, Sophia de Mello Breyner Andresen tem um momento exato para esta revelação, referida no prefácio de Obra Poética. “Comecei a escrever numa noite de Primavera, uma incrível noite de vento leste e Junho. Nela o fervor do universo transbordava e eu não podia reter, cercar, conter — nem podia desfazer-me em noite, fundir-me na noite”.
São essas noites de ‘vento de leste que não traz nada que preste’ que marcam a sua obra, dando a poeta relevo aos momentos em que a governanta “queimava alecrim, acendia uma vela e rezava” por quem andava no mar. “De certa forma nessas noites de temporal nasceram muitas coisas. Inclusivamente, uma certa preocupação social e humana ou a minha primeira consciência da dureza da vida dos outros, porque essa governanta dizia: ‘Agora andam os pescadores no mar, vamos rezar para que eles cheguem a terra’. E essa sensação dos homens, nos barcos, a lutar contra uma tempestade de que os ecos… Batiam as janelas, as portadas de madeira”.
O mar. O mar que foi de Sena e Sophia por diferentes motivos. O mar que os dois escreveram.
Para ele, enquanto filho único de um pai comandante da marinha mercante, que colocou nele todas as expectativas de ter em casa um futuro oficial da Armada —, mas que as viu goradas quando este ingressa na Escola Naval e, na viagem de instrução no navio-escola Sagres, é expulso da Marinha.
Para ela, o mar que começou com o avô Jan Andresen, que veio da Dinamarca e desembarcou um dia no Porto para nunca mais de lá sair; o mesmo avô que lhe lia poemas quando era criança. O mar que vinha até ela na Nau Catrineta que recitava de cor aos três anos, o mar pelo qual se apaixonou a olhar o Atlântico na Praia da Granja, em Gaia.
Ouvir — Sophia:
Mar, metade da minha alma é feita de maresia
Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,
Que há no vasto clamor da maré cheia,
Que nunca nenhum bem me satisfez.
Ouvir — Jorge:
Conheço o sal que resta em minha mãos.
como nas praias o perfume fica
quando a maré desceu e se retrai.
O mar que é vida, o mar que é morte. Nesta semana, em que se celebram os 100 anos do nascimento dos dois poetas, recorda-se tudo isto. O que se foi, o que se é, o que se virá a ser através das palavras de Sena e Sophia. No poema Carta aos meus filhos sobre os fuzilamentos de Goya, de Jorge de Sena, o poeta escreve que é preciso resistir “um pouco mais à morte que é de todos e virá”. E é para isso mesmo que serve a poesia porque, como escreveu Sophia, “o poema encontrará uma praia onde quebrar suas ondas”, chegando sempre a alguém. Que não seja a morte o motivo que nos leva a esquecer os que nasceram para nos escrever.
Ouvir — Jorge:
Recuso-me a estar lúcido ou comprado
e a estar sozinho ou estar acompanhado.
Recuso-me a morrer. Recuso a vida.
Ouvir — Sophia:
Que a morte será simples como ir
Do interior de casa para a rua.

Poemas no corpo do texto, por ordem:
Novembro, Sophia de Mello Breyner Andresen
Porque, Sophia de Mello Breyer Andresen
Uma pequenina luz, Jorge de Sena
Mar, Sophia de Mello Breyner Andresen
Conheço o sal, Jorge de Sena
Carta aos meus filhos sobre os fuzilamentos de Goya, Jorge de Sena
O Poema, Sophia de Mello Breyner Andresen
Independência, Jorge de Sena
Sinto os mortos, Sophia de Mello Breyner Andresen
Agradecimentos:
J. Filipe Ressurreição (nos poemas e carta de Jorge de Sena)
Carina Lopes (nos poemas e carta de Sophia de Mello Breyner Andresen)
João Couraceiro (áudio)
Editora Guerra e Paz


in:
 https://flipboard.com/@rededebibli7k1a/artigos-tveoven9y/qual-o-futuro-das-crian%C3%A7as-com-dificuldades-de-aprendizagem/a-Vq-rZ93iSTGrDTDhUyx7tA%3Aa%3A2268207588-eb23684e37%2Fpublico.pt

https://www.publico.pt/2019/11/18/sociedade/opiniao/casa-onde-nao-ha-inclusao-1893127


OPINIÃO

Casa onde não há inclusão…
A nossa educação não foi ainda capaz de se libertar de uma herança de desinvestimento de muitas dezenas de anos. Faltam recursos? Faltam sim, e muitos.

18 de Novembro de 2019, 7:03

Não é novo – parece até bastante velho – falar-se das carências que existem nas escolas portuguesas para que se possa cumprir o desiderato expresso na nossa legislação de criar uma escola inclusiva. Abreviando razões, diríamos que a escola inclusiva é a que consegue educar todos, com todos, isto é, em que através de uma pedagogia diferenciada se consegue pôr em prática uma educação diferenciada e interativa. Sem diferenciação não será obviamente possível desenvolver a inclusão, dadas as eloquentes e tão manifestas diferenças entre os alunos; mas esta diferenciação não é feita criando “lugares à parte”, mas incentivando ambientes em que os alunos cooperam, aprendem juntos, aprendem uns dos outros.
Enquanto os alunos da “Educação Especial” estavam na escola, mas, muitas vezes, “longe da vista e longe do coração”, a premência destas carências era menos notada… era qualquer coisa que se passava “lá”, “lá” na Educação Especial, e dizia respeito aos professores de Educação Especial. Mas agora, a partir da publicação do dec. lei 54/2018, ficou claro que o problema não é “lá”: é “cá”. É “cá” é em toda a escola e diz respeito a todos os professores.
A implicação de toda a escola num processo que muitos de nós fomos habituados a ver como sendo “exterior” e “circunscrito” origina naturalmente dúvidas e resistências. É desnecessário enumerar as razões de “falta de formação”, “de excesso de trabalho”, “de ter mais 27 alunos na turma”, etc., etc., que são invocadas para este “transbordamento” da Educação Especial para uma Educação Inclusiva. Existe até uma questão concreta sobre a organização das escolas que parece muito sintomática da forma como se aborda esta mudança de uma escola com Educação Especial para uma escola inclusiva. Como é sabido, usamos uma pirâmide de medidas de apoio ao aluno que tem na base as medidas universais, no seu meio as medidas seletivas e no seu vértice as medidas adicionais. As medidas universais são aquelas que, em caso de alguma dificuldade identificada no aluno, mobilizam os recursos e as competências existentes na escola para as procurar resolver. 
Recentemente visitei uma escola que, ao fazer a sua apresentação sobre a sua organização de apoio aos alunos, indicou que havia em todo o Agrupamento 98 alunos apoiados. Destes, 92% eram alunos com medidas universais, e a restante percentagem destinava-se às outras medidas. Noutra escola – curiosamente no mesmo concelho –,​ quando perguntei quantos alunos usufruíam de medidas universais, a professora olhou-me e disse: “Se as medidas são universais são para todos, logo os beneficiários são todos os alunos.” Não deixa de ser interessante pensar como a forma como se olham as medidas universais pode constituir um excelente indicador de como a escola trabalha em inclusão.
As dificuldades em desenvolver a inclusão desembocam – talvez na maioria dos casos – na questão dos recursos. Ouve-se frequentemente que não se faz inclusão, porque faltam recursos. Gostaria de tratar, ainda que sucintamente, este assunto. E em três pontos:
Antes de mais, para assumir que há efetivamente uma falta de recursos: i) conhecemos casos em que os professores de Educação Especial estão sobrecarregados com um número excessivo de casos que não lhes permite um bom acompanhamento de cada um deles, ii) por outro lado, a esperança que os Centros de Recursos para a Inclusão (CRI) pudessem prover os recursos essenciais está completamente abalada. Os CRI recebem há muitos anos o mesmo financiamento, quando o número de casos que precisam de apoio terapêutico-educativo tem aumentado. Trata-se na maioria dos casos de apoios que são reconhecidos pelos CRI e pelas escolas como insuficientes. E isto há muitos anos. A nossa educação fez um percurso notável durante o período após a Revolução de 25 de Abril de 1974, mas, mesmo assim, não foi capaz de se libertar de uma herança de desinvestimento de muitas dezenas de anos. Faltam recursos? Faltam sim, e muitos.













Foto ADRIANO MIRANDA

Em segundo lugar, precisamos de saber para que precisamos dos recursos. Precisamos de recursos para a inclusão. Vale a pena fazer passar por esta pergunta os recursos que se pedem. Por vezes, os recursos serviriam para que o aluno estivesse mais tempo fora da sala de aula, ou fora das atividades escolares ou até fora da escola. Não são esses certamente os recursos que precisamos: precisamos de recursos que ajudem a escola, os professores, os técnicos a melhorar a inclusão de cada criança: a sua inclusão na classe, na escola, na comunidade. Precisamos de recursos que se articulem com o trabalho pedagógico para o qualificar, para contribuir para ele ser mais diferenciado, flexível e logo mais adequado a educar todos e… com todos
Por fim, convido os meus leitores a uma viagem pela “imaginação pedagógica”. Imaginem que teríamos um governo que, afinal, achasse que “isto” da inclusão era um grande equívoco. Esse Governo conseguia encontrar verbas para construir grandes escolas especiais, por exemplo, em cada concelho. Todos os recursos que possuíamos iriam para essas escolas, professores, psicólogos, terapeutas, médicos, enfim, todas as pessoas que sabíamos ser as mais competentes. Já imaginaram? Talvez neste caso não se falasse de falta de recursos… estas escolas, sendo em número inferior, teriam talvez muito mais meios. Mas há uma questão fundamental: estas escolas especiais que acabamos de imaginar tinham uma falta imperdoável, uma falta tão grave que as inviabilizariam como estruturas credíveis. Faltar-lhes-ia a vivência, a experiência da inclusão. Por isso é que talvez seja preferível lidar com a falta de recursos nos 811 agrupamentos que procuram este valor precioso da inclusão do que criar escolas em que tudo pareceria ser abundante e só faltaria o essencial.
Na verdade, a inclusão é um recurso. É certamente “o” recurso sem o qual todos os outros recursos perdem significado. Em Portugal entendemos isso. E continuaremos a lutar para que o apoio inclusivo seja cada vez melhor, com mais vontades, com mais formação, com mais recursos e com mais utopia.

O autor escreve segundo o novo Acordo Ortográfico

Presidente da Pró-Inclusão – Associação Nacional de Docentes de Educação Especial; Conselheiro Nacional de Educação


sexta-feira, 15 de novembro de 2019


Orientação noturna



Realizou-se no passado dia 7 de novembro a "Atividade de Orientação Noturna em Quarteira",
Planificada/desenvolvida pela turma do 12ºJ na disciplina de Turismo Desporto e de Lazer, contando com a colaboração e participação dos alunos do 11º G e respetivo docente, Paulo Matos. Os alunos foram empenhados e ficaram motivados para novas experiências semelhantes!
Parabéns aos organizadores e participantes desta atividade - a docente: Sabrina Gonçalves.







quarta-feira, 13 de novembro de 2019

FORMAÇÃO B ESLA

"Curriculum Vitae"

A Turma do 12ºJ, acompanhados pela profª Liliana, esteveve presente na biblioteca para uma formação sobre o curriculum vitae que foi ministrada pelo prof. João Lopes.






terça-feira, 12 de novembro de 2019




Comemorações do Centenário da  Polícia Marítima!




Os alunos do 12ºJ no âmbito da disciplina de Turismo Desporto e de Lazer,  realizaram no passado dia 8 de novembro o batismo de mar a bordo da embarcação da Polícia Marítima, no âmbito das comemorações do Centenário da  Polícia Marítima!
Tanto os alunos como os docentes do agrupamento de escolas Drª Laura Ayres, agradecem a oportunidade única e distinta que nos foi proporcionada e a qual foi realizada com muito entusiasmo. 

A docente: Sabrina Gonçalves.









Berta Isla - Javier Marías

CAMÕES

 V CENTENÁRIO DE CAMÕES! CAMÕES, ENGENHO E ARTE! Participa...