terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

in:http://tag.jn.pt/violencia-nao-forma-amar/

A violência não é uma forma de amar
Amar é cuidar. Amar é tratar bem. É elogiar, é acompanhar, é ser carinhoso. É estar ao lado nos bons e maus momentos. É ser feliz. Por isso, a violência não é uma maneira de expressar o amor que se sente por alguém e os ciúmes não são desculpa para atos violentos. Namorar é bonito e não deve ser estragado por comportamentos que não combinam com uma relação de amor. Na próxima quarta-feira, é Dia dos Namorados.
Gritar, chamar nomes pouco simpáticos, apontar defeitos e falhas dia após dia, controlar a roupa que se veste ou os amigos que se tem, aceder às redes sociais sem permissão, são atos violentos que não combinam com o amor.

Saber dizer não
A violência no namoro, como toda a violência, tem por base o controlo, o poder, o domínio, como explica Daniel Cotrim, psicólogo para as áreas de violência doméstica, de género e igualdade e assessor técnico da direção da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV). “Quem não nos respeita, quem não nos trata bem, não gosta de nós e não nos merece”, afirma.
A privacidade é um bem precioso e, por exemplo, não deves dar acesso às tuas contas nas redes sociais. “É fundamental aprender a dizer não quando não nos sentimos bem, quando estamos a ser privados de liberdade”, diz Daniel Cotrim. “Não deixar que alguém controle alguém”, acrescenta.
Perceber que se é vítima de violência no namoro não é fácil. Mesmo que custe compreender que alguém que amamos seja capaz de fazer mal e magoar, é muito importante contar o que se sente. Partilhar sentimentos, pedir ajuda ao pai, à mãe, a um professor, a um adulto em quem se confie. Confiar é uma forma de proteção.
coracao
Violência social

O teu namorado (ou tua namorada) costuma humilhar-te, envergonhar-te ou dizer mal de ti quando há mais gente à volta, especialmente quando estão presentes os teus amigos e familiares? Já não podes conviver com a tua família ou com os teus amigos como gostarias? O teu telemóvel é confiscado e controlado? O teu email e o teu Facebook são consultados sem a tua autorização? Fotos e mensagens são partilhadas sem a tua autorização? Tudo isto é violência social. Não é amor. 
Imagem Instagram_Flat
Violência psicológica

Não podes vestir determinada peça de roupa, não podes estar à vontade com os teus amigos. Controlar a tua maneira de vestir, o que fazes nos tempos livres ou ao longo dia, ameaçar constantemente que se vai terminar a relação, são manifestações de violência psicológica. 
Imagem Violencia_Verbal2_Flat
Violência física

Quando quem amas te empurra, te agarra, te prende, te bate. É violência sobre o teu corpo e que deixa
 marcas emocionais. Se sentires que estás em perigo, procura alguém de confiança ou um local seguro. 
Imagem Violencia_Verbal_Flat
Violência sexual

O amor manifesta-se de diferentes maneiras, mas, em momento algum, podes ser obrigado a fazer algo que não queres ou não te sentes à vontade. Forçar carícias ou atos sexuais sem que queiras é uma violência em qualquer circunstância, em qualquer parte do Mundo. O teu telemóvel deve ter contactos importantes a que possas ligar quando precisas de ajuda.

  Sabias que…
A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) tem um número disponível (116 006) que presta ajuda. O apoio é gratuito e confidencial, não é preciso dizer o nome.
Um estudo realizado pela UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta – mostra que a violência no namoro está presente nos relacionamentos íntimos com 19% de atitudes de violência psicológica, 15% de perseguição, 11% de atos de violência nas redes sociais, 10% de atitudes de controlo, 6% de violência física e sexual.
Nesse estudo da UMAR, há muitos jovens, rapazes e raparigas, que consideram normais vários atos de violência no namoro. Ou seja, há ainda quem não tenha a noção de que magoar, humilhar, intimidar, fazer sofrer, não são atos violentos, que tudo isso não é amor.
Sara Dias Oliveira


Sem comentários:

Enviar um comentário

Berta Isla - Javier Marías

Evocação do dia internacional dos Direitos Humanos

Evocação do dia internacional dos Direitos Humanos Na sequência de outras sessões de cinema promovidas pela equipa da biblioteca, no dia 16 ...