sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014



David Mourão-FerreiraDavid Mourão-FerreiraPortugal1927 // 1996Poeta/Escritor
  
  
TernuraDesvio dos teus ombros o lençol, 
que é feito de ternura amarrotada, 
da frescura que vem depois do sol, 
quando depois do sol não vem mais nada... 

Olho a roupa no chão: que tempestade! 
Há restos de ternura pelo meio, 
como vultos perdidos na cidade 
onde uma tempestade sobreveio... 

Começas a vestir-te, lentamente, 
e é ternura também que vou vestindo, 
para enfrentar lá fora aquela gente 
que da nossa ternura anda sorrindo... 

Mas ninguém sonha a pressa com que nós 
a despimos assim que estamos sós! 

David Mourão-Ferreira, in "Infinito Pessoal"
http://www.citador.pt/poemas/ternura-david-mouraoferreira

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