quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Poema do dia

As palavras

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Eugénio de Andrade

Sem comentários:

Enviar um comentário

Berta Isla - Javier Marías

Exposição BESLA  QUEDA DO MURO DE BERLIM No 8 de novembro de 1989 passou mais um ano sobre um dos acontecimentos marcantes da História recen...