terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

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As fotografias inéditas da escravidão que Sebastião Salgado encontrou nas minas de ouro do Brasil








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© Sebastião SALGADO
É uma espécie de regresso às origens: numa edição especial, o fotógrafo brasileiro revela novas perspectivas da corrida ao ouro na selva amazónica, revisitando o trabalho que lançou a sua carreira internacional
Cor. Brilho. Modernidade. Esta era a santa trindade da Imprensa da década de 1980, com as grandes revistas internacionais a apostarem milhões na reconversão para as páginas a cores.
Por isso, quando Sebastião Salgado explicou a Neil Burgess (que acabava de ser nomeado diretor da Magnum, em Londres, em 1986) que pretendia dedicar os anos seguintes a fotografar apenas a preto-e-branco as vidas de trabalhadores pobres e explorados em 42 locais do mundo, ele deitou as mãos à cabeça. Comercialmente, o projeto do fotógrafo brasileiro tinha tudo para ser um desastre.
Alguns meses mais tarde, Salgado telefonou-lhe contando que acabara de regressar do Brasil, onde decidira iniciar o projeto que daria origem ao livro Trabalho. Agora, dizia, precisava que a Magnum vendesse algumas dessas fotografias, para prosseguir para os 41 destinos que lhe faltavam.
“Perguntaram quanto custava o trabalho e eu pedi o dobro do portefólio mais caro que já tinha sido vendido pela Magnum… Estenderam-me logo a mão: ‘Ok’”
No escritório da Magnum foi entregue uma caixa com 40 fotografias impressas em 24 x 30 cm, e Burgess ficou deslumbrado, como veio a contar, em 2019, ao British Journal of Photography. Ligou para Salgado, que havia sugerido tentar a publicação na Granta, e disse-lhe que uma das grandes revistas iria comprar a reportagem. Ele achava improvável porque a serra Pelada já tinha sido fotografada por outros, incluindo pelo correspondente da Magnum no Brasil, Miguel Rio Branco. Mas todos fizeram fotos a cores, passando apenas um dia ou dois a registar o espetáculo de 50 mil homens a procurar ouro na lama, no meio da Amazónia.
Uma das fotos inéditas publicada na nova edição de “Gold”, revelando o formigueiro de homens que procurava ouro na Amazónia brasileira
© Sebastião SALGADO
Salgado, por outro lado, fotografou a preto-e-branco e viveu quatro semanas com os “peões” num “barraco”, acompanhou todas as fases daquele trabalho colossal, ouviu-os falar dos seus sonhos e dos monstros que os atormentavam.
Essa imersão nos assuntos retratados foi sempre condição essencial para o trabalho do brasileiro, mesmo quando fotografava para as agências de notícias (e a cores), em que iniciou a sua carreira, no final da década de 1970. Em 1983, durante a grande vaga de fome na Etiópia, por exemplo, fixou-se num campo de subnutridos e criticava os jornalistas que mal contactavam com a realidade que pretendiam retratar – viu 34 equipas de reportagem a chegarem e a partirem durante os dez dias em que ali permaneceu.
“A paciência e a concentração necessárias para permanecer num só lugar, para tentar ver além das primeiras impressões, para se forçar a olhar para um assunto de maneiras diferentes, sob diferentes luzes, e depois voltar e olhar novamente, é algo essencial”, considera o ex-diretor da Magnum, que, uma hora depois de receber as fotografias de Salgado, estava a entrar no gabinete do editor de arte do Sunday Times.
Michael Rand, um homem pioneiro na introdução da cor nos suplementos de fim de semana, seria, talvez, o pior interlocutor possível para a venda de um portefólio a preto-e-branco, e Neil Burgess não havia revelado nada sobre o trabalho que iria apresentar, temendo que Rand nem sequer aceitasse vê-lo.
© Sebastião SALGADO
Durante uns instantes, depois de dispor sobre a mesa algumas das fotografias da corrida ao ouro no Brasil, instalou-se um silêncio incómodo na sala e Burgess temeu o pior. Mas, quando olhou para o rosto de Michael Rand, percebeu que era “um silêncio bom”, quase reverencial. Poucas foram as vezes que ele sentiu nos editores internacionais esse respeito que se mistura com o encantamento, como uma espécie de feitiço que conduz à rendição total. “Perguntaram quanto custava e eu pedi o dobro do preço do portefólio mais caro que já tinha sido vendido pela Magnum… Estenderam-me logo a mão: ‘Ok’.”
A reação foi semelhante na revista do New York Times, quando o editor de fotografia, Peter Howe, mostrou as fotos de Salgado à direção do jornal. “Em toda a minha carreira, nunca vi os diretores reagirem a um trabalho daquela forma”, escreveu Howe, no mês passado, a propósito da nova edição em livro desta reportagem, com a chancela da Taschen.
Na manhã seguinte à publicação, os telefones da Magnum não paravam. Editores de todo o mundo queriam comprar as fotografias e, a partir de então, Sebastião Salgado teve financiamento garantido para percorrer o mundo e ir publicando, reportagem a reportagem, o portefólio que, anos depois, seria agregado na obra Trabalho.
© Sebastião SALGADO
O retrato da escravidão a que aqueles homens se sujeitavam viria a garantir a sua liberdade como autor. Quem viu as fotografias do formigueiro de homens cobertos de lama naquela mina de ouro nunca mais esqueceu o nome de quem estava atrás da câmara.
Salgado também guardou para sempre o que sentiu na serra Pelada. “Ali tive uma visão dilacerada e definitiva do bicho-homem: 50 mil criaturas esculpidas em lama e sonho”, escreveu na introdução de Trabalho.
“Só se ouvia o rumor humano, murmúrios e gritos silenciados e o ruído de pás e enxadas impulsadas por mãos humanas, nenhum som de máquina.” Num local onde estavam proibidas as armas de fogo, o álcool e as mulheres, “havia uma indizível necessidade de tudo, de afeto, de calor humano. Havia um perigo constante e uma vida sem consolo. Escravos da ilusão, revolvendo a terra”.
Ali tive uma visão dilacerada e definitiva do bicho-homem: 50 mil criaturas esculpidas em lama e sonho
SEBASTIÃO SALGADO
Só permanecendo e conquistando a confiança dos homens que Salgado pretendia retratar foi possível fixar em película a esperança e a violência latentes naquela cratera com contornos irreais, de outro mundo ou de outros tempos.
Só assim foi possível ver além da lama que cobria aqueles milhares de corpos e conhecer histórias únicas, como a do dirigente sindical que liderava a ala dos mineiros homossexuais. “Era um valente, respeitado por todos, e sonhava encontrar ouro e ir para Paris”, recorda Salgado. O seu grande sonho era pôr seios de silicone. “Ninguém, como os franceses, para este tipo de operação. Os de Paris são os seios mais lindos do mundo”, dizia.
Provavelmente este mineiro nunca terá saído do Pará, como a grande maioria dos “peões” que ali perdeu anos de vida a correr atrás de uma miragem. A serra Pelada “secou” pouco tempo depois, e desses tempos restam apenas as lendas sobre pepitas do tamanho de couves – e as imagens que Salgado nos deu.
Dois livros e uma exposição
Sebastião Salgado voltou a olhar para os 400 rolos fotográficos que trouxe da serra Pelada, em 1987, para selecionar as 300 imagens (31 das quais inéditas) que integram o novo livro Gold, publicado, em novembro de 2019, pela Taschen, em três versões: uma para o público em geral (€50) e outras duas para colecionadores. A edição XXL custa €800 e cada livro está numerado e assinado pelo autor; a Art Edition, numa caixa em tons de terra, com uma fotografia impressa assinada pelo fotógrafo, custava 5000€ (já está esgotada). Editado em várias línguas, o livro tem uma edição trilingue (português, italiano e espanhol), com um texto de enquadramento do jornalista Alan Riding, antigo correspondente internacional do New York Times.
Em simultâneo, foi também criada uma exposição com 56 imagens inéditas, inaugurada em São Paulo, no Brasil, não havendo ainda informação sobre a sua passagem por Portugal, embora existam já datas para a sua apresentação em Londres, Talin e Estocolmo.
Sebastião Salgado formou-se em Economia, mas a paixão pela fotografia levou-o a arriscar uma carreira como fotojornalista, em 1973. Trabalhou para as agências Sigma e Gamma e, em 1979, passou a integrar a Magnum. Queria conhecer e dar a conhecer o mundo, compreender as motivações dos homens, documentar uma sociedade em mudança – e foi isso que fez nos últimos 40 anos. Depois de Trabalho, iniciado com as fotografias na serra Pelada, dedicou vários anos aos livros Terra, Êxodos, África e Génesis, entre outros projetos-causa. Da militância fotográfica passou à militância efetiva, em 1998, ao fundar o Instituto Terra (com a mulher, Lélia Wanick Salgado), promovendo a educação ambiental e a recuperação da mata atlântica e das florestas da Amazónia. Venceu o World Press Photo e o Prémio Príncipe das Astúrias, entre dezenas de distinções, e, em 2017, passou a ocupar a cadeira nº 1 das quatro existentes para fotógrafos na Academia de Belas-Artes de França. Tem 75 anos e, apesar de ter casa em Minas Gerais e em Paris, vive quase sempre em viagem.
Palavras-chave:



in: https://visao.sapo.pt/visaosaude/2020-02-04-deixar-de-fumar-novo-estudo-conclui-que-nunca-e-tarde-demais-gracas-a-batalhao-de-celulas-suplentes/


Deixar de fumar? Novo estudo conclui que nunca é tarde demais graças a batalhão de células suplentes

Já há uma imagem que mostra a nicotina a servir-se das células para reforçar dependência Getty Images
O estudo revela que deixar de fumar permite que as células danificadas sejam substitúidas por outras mais saudáveis. As condições em que o processo ocorre ainda não claras, mas promete dar uma nova esperança a quem achava ter atingido um ponto de não retorno
Segundo um novo estudo publicado na revista científica Nature, do Wellcome Sanger Institute e da University College London, os pulmões de ex-fumadores têm capacidade para se regenerar e assim reparar os danos de vários anos de vício. As condições em que este processo ocorre ainda não são claras, mas os investigadores sugerem que, após alguns anos de abstinência, o corpo cria um reservatório de células saudáveis prontas a atuar.
Já eram conhecidos os benefícios de deixar de fumar, mas o novo estudo promete dar nova esperança a quem pensava ter atingido o ponto de não retorno. “As pessoas que fumam muito há 30, 40 ou mais anos costumam-me dizer que é tarde demais para parar de fumar – o dano já está feito”, disse Peter Campbell, do Wellcome Sanger Institute, e coautor do estudo ao jornal britânico The Independent
Os investigadores examinaram células pulmonares de crianças, adultos que nunca fumaram, e de fumadores e ex-fumadores para procurar mutações no ADN. Os resultados demonstraram que, em comparação com não fumadores, 9 em cada 10 células pulmonares, de fumadores, sofreram milhares de mutações genéticas, e que um quarto dessas células tinha pelo menos uma mutação cancerígena. No entanto, nas amostras referentes ao grupo dos ex-fumadores, o grupo de cientistas descobriu que as células que foram em tempos geneticamente modificadas, tinham-se transformado, novamente, em células saudáveis, idênticas às do grupo dos que nunca tinham fumado.
“O que é mais empolgante no estudo é que ele mostra que nunca é tarde para parar – algumas pessoas do nosso estudo fumaram mais de 15 mil maços de cigarros ao longo da vida, mas, poucos anos depois de deixarem, muitas das células que revestem as vias aéreas não mostraram evidências de danos causados pelo tabaco”, disse Campbell ao mesmo jornal.
Em declarações à Agence France-Presse, Campbell garante que este processo não acontece “por magia”, e que, “as células suplentes são aquelas que conseguiram escapar aos danos do tabaco”. “Se pudermos descobrir onde elas residem normalmente e o que as faz expandir quando alguém para de fumar, talvez tenhamos oportunidade de torná-las ainda mais eficazes na reparação “, acrescentou o investigador.

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

in:
https://www.nytimes.com/2018/10/26/style/digital-divide-screens-schools.html



The Digital Gap Between Rich and Poor Kids Is Not What We Expected
America’s public schools are still promoting devices with screens — even offering digital-only preschools. The rich are banning screens from class altogether.
CreditCreditPhoto Illustration by Tracy Ma/The New York Times; Getty Images (student)
·         Oct. 26, 2018
The parents in Overland Park, Kan., were fed up. They wanted their children off screens, but they needed strength in numbers. First, because no one wants their kid to be the lone weird one without a phone. And second, because taking the phone away from a middle schooler is actually very, very tough.
“We start the meetings by saying, ‘This is hard, we’re in a new frontier, but who is going to help us?’” said Krista Boan, who is leading a Kansas City-based program called START, which stands for Stand Together And Rethink Technology. “We can’t call our moms about this one.”
For the last six months, at night in school libraries across Overland Park, a suburb of Kansas City, Mo., about 150 parents have been meeting to talk about one thing: how to get their children off screens.
It wasn’t long ago that the worry was that rich students would have access to the internet earlier, gaining tech skills and creating a digital divide. Schools ask students to do homework online, while only about two-thirds of people in the U.S. have broadband internet service. But now, as Silicon Valley’s parents increasingly panic over the impact screens have on their children and move toward screen-free lifestyles, worries over a new digital divide are rising. It could happen that the children of poorer and middle-class parents will be raised by screens, while the children of Silicon Valley’s elite will be going back to wooden toys and the luxury of human interaction.
This is already playing out. Throwback play-based preschools are trending in affluent neighborhoods — but Utah has been rolling out a state-funded online-only preschool, now serving around 10,000 children. Organizers announced that the screen-based preschool effort would expand in 2019 with a federal grant to Wyoming, North Dakota, South Dakota, Idaho and Montana.
Lower-income teenagers spend an average of eight hours and seven minutes a day using screens for entertainment, while higher income peers spend five hours and 42 minutes, according to research by Common Sense Media, a nonprofit media watchdog. (This study counted each screen separately, so a child texting on a phone and watching TV for one hour counted as two hours of screens being used.) Two studies that look at race have found that white children are exposed to screens significantly less than African-American and Hispanic children.
And parents say there is a growing technological divide between public and private schools even in the same community. While the private Waldorf School of the Peninsula, popular with Silicon Valley executives, eschews most screens, the nearby public Hillview Middle School advertises its 1:1 iPad program.
The psychologist Richard Freed, who wrote a book about the dangers of screen-time for children and how to connect them back to real world experiences, divides his time between speaking before packed rooms in Silicon Valley and his clinical practice with low-income families in the far East Bay, where he is often the first one to tell parents that limiting screen-time might help with attention and behavior issues.
“I go from speaking to a group in Palo Alto who have read my book to Antioch, where I am the first person to mention any of these risks,” Dr. Freed said.
Editors’ Picks
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He worries especially about how the psychologists who work for these companies make the tools phenomenally addictive, as many are well-versed in the field of persuasive design (or how to influence human behavior through the screen). Examples: YouTube next video autoplays; the slot machine-like pleasure of refreshing Instagram for likes; Snapchat streaks.
“The digital divide was about access to technology, and now that everyone has access, the new digital divide is limiting access to technology,” said Chris Anderson, the former editor of Wired magazine.
Technology Is a Huge Social Experiment on Children
Some parents, pediatricians and teachers around the country are pushing back.
“These companies lied to the schools, and they’re lying to the parents,” said Natasha Burgert, a pediatrician in Kansas City. “We’re all getting duped.”
“Our kids, my kids included, we are subjecting them to one of the biggest social experiments we have seen in a long time,” she said. “What happens to my daughter if she can’t communicate over dinner — how is she going to find a spouse? How is she going to interview for a job?”
“I have families now that go teetotal,” Dr. Burgert said. “They’re like, ‘That’s it, we’re done.’”
One of those families are the Brownsbergers, who had long banned smartphones but recently also banned the internet-connected television.

“We took it down, we took the TV off the wall, and I canceled cable,” said Rachael Brownsberger, 34, the mother of 11- and 8-year old boys. “As crazy as that sounds!”
More on the new digital divide
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She and her husband, who runs a decorative concrete company, keep their children away from cellphones but found that even a little exposure to screen time changed the boys’ behavior. Her older son, who has A.D.H.D., would get angry when the screen had to be turned off, she said, which worried her.
His Christmas wish list was a Wii, a PlayStation, a Nintendo, a MacBook Pro and an iPhone.
“And I told him, ‘Kiddo, you’re not gonna get one of those things,’” Ms. Brownsberger said. “Yeah, I’m the mean mom.”
But one thing has made it easier: Others in what she described as a rural neighborhood outside Kansas City are doing the same thing.
“It takes a community to support this,” she said. “Like I was just talking to my neighbor last night — ‘Am I the worst mom ever?’”
Ms. Boan has three pilots running with about 40 parents in each, looking at best practices for getting kids off phones and screens. Overland Park’s Chamber of Commerce is supporting the work, and the city is working to incorporate elements of digital wellness into its new strategic vision.
 “The city planner and the chamber of commerce said to us, ‘We’ve seen this impact our city,’” Ms. Boan said. “We all want our kids to be independent, self-regulated device users, but we have to equip them.”
The Privilege of Choices
In Silicon Valley, some feel anxious about the growing class divide they see around screen-time.
Kirstin Stecher and her husband, who works as an engineer at Facebook, are raising their kids almost completely screen-free.
“Is this coming from a place of information — like, we know a lot about these screens,” she said. “Or is it coming from a place of privilege, that we don’t need them as badly?”
“There’s a message out there that your child is going to be crippled and in a different dimension if they’re not on the screen,” said Pierre Laurent, a former Microsoft and Intel executive now on the board of trustees at Silicon Valley’s Waldorf School. “That message doesn’t play as well in this part of the world.”
“People in this region of the world understand that the real thing is everything that’s happening around big data, AI, and that is not something that you’re going to be particularly good at because you have a cellphone in fourth grade,” Mr. Laurent said.
As those working to build products become more wary, the business of getting screens in front of kids is booming. Apple and Google compete ferociously to get products into schools and target students at an early age, when brand loyalty begins to form.
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Google published a case study of its work with the Hoover City, Ala., school district, saying technology equips students “with skills of the future.”
The company concluded that its own Chromebooks and Google tools changed lives: “The district leaders believe in preparing students for success by teaching them the skills, knowledge, and behaviors they need to become responsible citizens in the global community.”
Dr. Freed, though, argues these tools are too relied upon in schools for low-income children. And he sees the divide every day as he meets tech-addicted children of middle and low-income families.
“For a lot of kids in Antioch, those schools don’t have the resources for extracurricular activities, and their parents can’t afford nannies,” Dr. Freed said. He said the knowledge gap around tech’s danger is enormous.
Dr. Freed and 200 other psychologists petitioned the American Psychological Association in August to formally condemn the work psychologists are doing with persuasive design for tech platforms that are designed for children.
“Once it sinks its teeth into these kids, it’s really hard,” Dr. Freed said.
Nellie Bowles covers tech and internet culture. Follow her on Twitter: @nelliebowles




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https://flipboard.com/@rededebibli7k1a/disserta-es-e-estudos-de-investiga-o-lpbc3ajsz/the-effects-of-integrating-mobile-devices-with-teaching-and-learning-on-students/a-P8Nk1lycQIORr0ztvid0bA%3Aa%3A2268207588-3d297a057a%2Fsciencedirect.com

https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0360131515300804

Elsevier

Computers & Education

Volume 94, March 2016, Pages 252-275
Computers & Education

The effects of integrating mobile devices with teaching and learning on students' learning performance: A meta-analysis and research synthesis

Under a Creative Commons license
open access

Highlights

This is a meta-analysis and research synthesis study for mobile-integrated education.
110 published journal articles that were written over a 20-year period were coded and analyzed.
The application of mobile devices to education has a moderate mean effect size.
The effect sizes of moderator variables were analyzed.
The benefits and drawbacks of mobile learning were synthesized.

Abstract

Mobile devices such as laptops, personal digital assistants, and mobile phones have become a learning tool with great potential in both classrooms and outdoor learning. Although there have been qualitative analyses of the use of mobile devices in education, systematic quantitative analyses of the effects of mobile-integrated education are lacking. This study performed a meta-analysis and research synthesis of the effects of integrated mobile devices in teaching and learning, in which 110 experimental and quasiexperimental journal articles published during the period 1993–2013 were coded and analyzed. Overall, there was a moderate mean effect size of 0.523 for the application of mobile devices to education. The effect sizes of moderator variables were analyzed and the advantages and disadvantages of mobile learning in different levels of moderator variables were synthesized based on content analyses of individual studies. The results of this study and their implications for both research and practice are discussed.

Keywords

Evaluation methodologies
Pedagogical issues
Teaching/learning strategies

1. Introduction

1.1. Integrating mobile devices with learning and instruction

Mobile computers have gradually been introduced into educational contexts over the past 2 decades. Mobile technology has led to most people to carry their own individual small computers that contain exceptional computing power, such as laptops, personal digital assistants (PDAs), tablet personal computers (PCs), cell phones, and e-book readers. This large amount of computing power and portability, combined with the wireless communication and context sensitivity tools, makes one-to-one computing a learning tool of great potential in both traditional classrooms and outdoor informal learning.
With regard to access to computers, large-scale one-to-one computing programs have been implemented in many countries globally (Bebell and O'Dwyer, 2010Fleischer, 2012Zucker and Light, 2009), such that elementary- and middle-school students and their teachers have their own mobile devices. In addition, in terms of promoting innovation in education via information technology, not only does mobile computing support traditional lecture-style teaching, but through convenient information gathering and sharing it can also promote innovative teaching methods such as cooperative learning (Lan et al., 2007Roschelle et al., 2010), exploratory learning outside the classroom (Liu, Lin, Tsai, & Paas, 2012), and game-based learning (Klopfer, Sheldon, Perry, & Chen, 2012). Therefore, mobile technologies have great potential for facilitating more innovative educational methods. Simultaneously, these patterns in educational methods will likely not only help subject content learning, but may also facilitate the development of communication, problem-solving, creativity, and other high-level skills among students (Warschauer, 2007).
However, despite the proposed advantages of using mobile computing devices for increasing computer accessibility, diverse teaching styles, and academic performance, currently researchers found mixed results regarding the effects of mobile-devices (e.g., Warschauer, Zheng, Niiya, Cotten, & Farkas, 2014), and very few studies have addressed how best to use mobile devices, and the effectiveness of doing so.
(...)

Berta Isla - Javier Marías

CAMÕES

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