quinta-feira, 20 de abril de 2017

in: https://www.publico.pt/2017/04/19/sociedade/noticia/adolescentes-portugueses-sentemse-mal-quando-nao-tem-internet-por-perto-1769240

Adolescentes portugueses sentem-se mal quando não têm Internet por perto
Estudo da OCDE diz que jovens que têm um uso extremo da Internet mostram-se menos satisfeitos com a vida e têm também desempenhos académicos piores.
19 de Abril de 2017, 10:09 actualizado a 19 de Abril às 13:47

A satisfação com a vida, a relação com os pais e com a escola também foram avaliadas
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 A satisfação com a vida, a relação com os pais e com a escola também foram avaliadas JOANA BOURGARD

Portugal é dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) onde existe uma maior percentagem de jovens de 15 anos a afirmar que se sentem mal quando não têm disponível uma ligação à Internet. São mais de 77% os que o afirmam, quando a média na OCDE é de 54%.
Acompanham Portugal naquele pelotão a França, Grécia, Suécia e Taipé, segundo revelam os resultados dos inquéritos efectuados aos alunos que realizaram os testes PISA em 2015, divulgados nesta quarta-feira de manhã num relatório da OCDE sobre o bem-estar dos jovens.
Os testes PISA, que são promovidos pela OCDE, realizam-se de três em três anos para aaferir a literacia a leitura, matemática e ciências dos alunos com 15 anos de idade.
Apesar da aparente dependência dos alunos portugueses face à Internet, o tempo em que estes dizem estar online durante os dias da semana (140 minutos) está ligeiramente abaixo da média da OCDE (146). Ao fim de semana a situação inverte-se: os alunos portugueses passam 190 minutos na Net contra uma média de 184 minutos na OCDE.

PÚBLICO -

Margarida Gaspar de Matos, coordenadora em Portugal do grande estudo sobre a adolescência promovido, de quatro em quatro anos, pela Organização Mundial de Saúde(Health Behaviour in School-Aged Children), confirma que Portugal se tem “evidenciado” no uso da Internet, desde 2010, mas alerta que não se deve confundir “o abuso do uso” com “dependência”.
“A dependência da Internet tem um critério clínico de diagnóstico que transcende as horas passadas” online, adianta. Mas o abuso tem também consequências “uma vez que traz associado problemas de saúde física, nomeadamente higiene do sono, problemas sensoriais, de alimentação, de sedentarismo e psico-sociais”, alerta.
A investigadora salienta, contudo, que não se deve esquecer que “o acesso e uso da Internet é um avanço civilizacional que inclui acesso à informação, gestão do trabalho, comunicação e recreação”.
“São três realidades diferentes e baralhá-las não ajuda a compreender a situação. Deve-se aproveitar os pontos positivos, que são muitos, e tentar limitar os problemas”, conclui.

PÚBLICO -

Quase 90% dos jovens inquiridos na OCDE concordam que a Internet “é um óptimo recurso para obter informação” e 84% consideraram que as redes sociais “são muito úteis”. Na generalidade, a primeira afirmação foi mais apontada por estudantes de meios socioeconómico favorecidos do que pela dos oriundos de meios carenciados. Mas Portugal tem, também aqui, um lugar de destaque: o fosso entre os dois grupos não chega aos cinco pontos percentuais. Há poucas diferenças entre ambos. Dinamarca, Islândia e Macau alinham com Portugal neste grupo. Já no México a diferença entre os dois grupos é de 20 pontos percentuais.
No geral, o uso da Internet “pode aumentar a satisfação com a vida por propiciar entretenimento e retirar obstáculos à socialização”, mas também pode ser uma fonte de riscos ao bem-estar dos jovens, alerta-se no relatório. Por exemplo, os jovens que têm um uso extremo da Internet mostram-se menos satisfeitos com a vida e têm também desempenhos académicos piores.
Satisfeitos com a vida
Saber se os estudantes estão satisfeitos com a sua vida foi um dos objectivos do inquérito realizado. Numa escala de 0 a 10, em que 0 corresponde à pior vida possível e 10 à melhor, em média os alunos da OCDE apontaram para um valor de 7,3.
Em Portugal o lugar nesta escala é de 7,36. No valor mais alto da escala, estão 31% dos alunos portugueses, que dizem estar muito satisfeitos com a vida (34,1% na OCDE) e na posição oposto existem 8,9%, cerca de três pontos percentuais abaixo da média.
Mas a satisfação com a vida está também marcada pelo género: no conjunto dos países da OCDE, existem 39% de rapazes de 15 anos que se dizem muito satisfeitos com a vida, um valor que baixa para os 29% quando são as raparigas a falar. Em Portugal o fosso entre os dois grupos é idêntico (35,6% para os rapazes e 26,3% para as raparigas).

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Uma das conclusões a que a OCDE chegou é a de que a relação entre satisfação com vida e o desempenho escolar é fraca. Já o ambiente em que os estudantes aprendem e se desenvolvem têm peso na satisfação com a vida. E aqui, frisa-se, os professores têm um “papel particularmente importante”: “Os estudantes mais felizes tendem a dar conta de uma relação positiva com os seus professores.”
Também os pais têm aqui um papel a desempenhar. Os estudantes cujos pais passam tempo a falar com eles, que comem uma refeição em conjunto ou debatem o modo como o filho se está a sair da escola têm uma probabilidade maior de terem maiores níveis de satisfação com a vida.
Portugal aparece, também aqui, em destaque com 90% dos alunos a dizerem que comem pelo menos uma refeição em conjunto com os pais contra uma média de 82% na OCDE. E 92% dos alunos portugueses também dizem que os pais têm o hábito de falar com eles depois da escola, um valor igualmente superior à média da OCDE (86,1%).
Ir mais longe
A motivação dos alunos em ir mais longe é outro factor preditor de uma maior satisfação com a vida, frisa a OCDE. Aos 15 anos, 44% dos alunos da organização dizem querer completar um curso universitário. Em Portugal são menos: 39,9%. 
Em todos os países, os estudantes mais carenciados tendem a ter expectativas mais baixas do que os seus colegas de meios favorecidos no que toca à conclusão do ensino superior. Mas há países piores do que outros e Portugal sai-se mal do retrato, com um fosso de 50 pontos percentuais a separar as expectativas dos dois grupos. Na OCDE este valor ronda os 40 pontos percentuais.
Se o sentimento de pertença à escola é nestas idades um dos factores que mais conta para se estar satisfeito com a vida, e a maioria está nesta situação, também se podem viver ali experiências devastadoras. O bullying é uma delas.
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No conjunto dos países da OCDE, cerca de 11% dos estudantes diz-se alvo de gozo, 7% afirmam que são postos à parte e 8% contam que são objecto de boatos maldosos.
A violência física repetida é reportada por 4% dos alunos. No conjunto, 18,7% dizem-se vítimas de um qualquer acto debullying, um valor que em Portugal desce para 11,8%.
Os resultados dos inquéritos mostram que os rapazes têm maior probabilidade de serem vítimas do que as raparigas, embora estas tenham maior peso se o que está em causa é ser posto de parte ou ser objecto de boatos maldosos. Por outro lado, os estudantes com piores desempenhos estão mais expostos a agressões verbais físicas e psicológicas do que os seus colegas mais bem-sucedidos.


in: https://www.publico.pt/2017/04/19/local/noticia/eles-queriam-dar-aos-filhos-a-melhor-escola-possivel-por-isso-construiramna-1766720

Eles queriam dar aos filhos “a melhor escola possível”. Por isso, construíram-na
Para além de encarregado de educação, Ricardo é agora sócio do colégio do filho. Uma ideia que começou como um desejo de três pais, concretizou-se três anos e dois milhões de euros depois.
19 de Abril de 2017, 17:27




Escolas não faltam em Mafra, mas nenhuma oferecia aquilo que queriam. Um grupo de encarregados de educação de um colégio no concelho decidiu, por isso, abrir os cordões à bolsa e construir “a melhor escola possível”, a que reunia tudo o que imaginavam para o local de ensino dos filhos.
Procurando dar continuidade ao modelo educativo do Colégio Verde Água, fizeram crescer a escola que os filhos já frequentavam: até então apenas creche e pré-primária. Em Setembro, abrem portas as instalações de 1.º e 2.º ciclo, três anos e dois milhões de euros depois.
A ideia surgiu em conversa com três pais. Ricardo Calvão Silva era um deles. “Já que aqui não há e se a gente fizesse?”. Foi uma “questão que surgiu naturalmente”. Os filhos estavam a acabar a creche, os seis anos impunham que se procurasse uma escola primária. Este foi o primeiro plano: desenhar um plano de investimento, com capital próprio, para construir uma escola do primeiro ao quarto ano.
Faltava o know how que João Gavilan, um dos directores do colégio, tinha. Pensavam que convencê-lo seria o cabo dos trabalhos. “No quadro actual das coisas”, não passava pela cabeça dos directores – João e a mulher – fazer um investimento desta envergadura. “Mas a ideia estava de alguma forma recôndita na nossa mente”, conta. Acabaram por alinhar.
Quando partiram para a concretização, já eram cinco pais mais os directores. O projecto começou a ser pensado: arranjar terreno, concretizar ideias, reunir consensos, projectar uma escola que espelhasse os desejos de cada um. Depois, surgiu a necessidade de dar outro passo: crescer para o quintos e sextos anos. “Senão daqui a quatro anos íamos novamente bater na mesma questão”, antecipava Ricardo.
Juntaram-se mais dois pais, uma colaboradora da creche e um amigo. Fixou-se o preço final: dois milhões de euros.
Desde que a ideia começou a ser maturada passaram três anos. Dois de obras. Hoje, as paredes estão todas de pé e a relva já cresce.
Ainda poucos sabem da existência desta escola. Começaram a distribuir panfletos no final de Março. As pré-inscrições vão em poucas dezenas. Em Abril partiram para as visitas guiadas à escola para quem a quiser conhecer. Ainda não estão definidos os preços de inscrição nem das academias (actividades extracurricular para alunos do colégio e externos). A mensalidade de 1.º e 2.º ciclos irá rondar os 400 euros.
De pai, fez-se sócio
Para além de encarregado de educação, Ricardo é agora sócio da escola do filho. Garante que a ideia não é seleccionar os alunos. Mas a escola, 1.º e 2.º ciclos, nunca ultrapassará os 300 alunos. 250 era o ideal. O objectivo é criar micro-aldeias, “onde toda a gente se conhece”. As turmas não ultrapassam os 25.
Quando João Gavilan fala do modelo de ensino as frases saem-lhe redondas. “Tem como metodologia de base a escola moderna”; “O aluno é o centro de todo o processo de aprendizagem”. Trocado por miúdos, a intenção é que o aluno frequente a escola “não só pelas competências formais, mas pelas vivências de cidadania, habilitações informais e espírito crítico”. Explorar novas práticas pedagógicas que estimulem a autonomia e o espírito crítico dos alunos é um dos desígnios.
Há academias dentro do colégio com o objectivo de abrir o leque de qualificações e experiências dos alunos. A academia das artes, da música, do desporto (ginástica, esgrima, jiu jitsu, dança, ballet), das línguas (alemão, mandarim e espanhol) são espaços abertos a alunos do colégio e externos.
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Directa e indirectamente, João espera criar 40 postos de trabalho. Tudo vai depender do sucesso das academias.
“Fazer este modelo de ensino coincidir com os espaços” era uma exigência de todos os sócios. Dos 11 mil metros quadrados de terreno, mais de metade são espaços de recreio. Uma parte é relvado. Há um ginásio, anfiteatro interior, salas e corredores largos.
Há um corredor principal que funciona como elo de ligação entre toda escola. Quer no sentido literal: é o espaço para onde se caminha para qualquer sala; quer no sentido figurado: é o local onde se encontram os alunos do primeiro ao sexto ano, e estes convivem com várias formas de expressão e de aprendizagem. O espaço é criado a pensar em exposições, palestras e eventos culturais. “É assim uma escola pensada de raiz?”, Ricardo Calvão Silva quer pensar que sim.


quarta-feira, 19 de abril de 2017

in: https://www.noticiasaominuto.com/tech/777817/a-terra-e-a-lua-terao-amanha-uma-visita-especial-que-demorou-400-anos

A Terra e a Lua terão amanhã uma visita especial que demorou 400 anos

O asteróide recebeu alcunha de ‘The Rock’ em homenagem ao ator e ex-lutador de wrestling.


TECH ESPAÇO
A Terra e a Lua terão amanhã uma visita especial que demorou 400 anos
© ESA
Pela primeira vez desde 2004, amanhã um asteroide de dimensões consideráveis passará mais próximo da Terra. O asteróide em questão, de nome 2014 JO25, tem cerca de 650 metros de comprimento e passará a uma distância de 1,8 milhões de quilómetros.
Recorda o Science Alert que, em tempos, o 2014 JO25 foi considerado “potencialmente perigoso” mas a sua aproximação não deve ser vista como um perigo, uma vez que passa a uma distância suficientemente segura para não merecer preocupações de maior. A aproximação de pequenos asteroides também não é tida como novidade, sendo estas ocasiões francamente frequentes e inofensivas.

Entre as curiosidade sobre este asteróide estão o facto de a última aproximação ter sido feita há 400 anos e de a próxima estar marcada para 2600. Outra curiosidade é a alcunha deste asteróide, que é também conhecido como ‘The Rock’ em homenagem ao tamanho do conhecido ator e ex-lutador de wrestling. Pode ver no vídeo acima a trajetória prevista deste asteróide.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

terça-feira, 4 de abril de 2017

EDUCAÇÃO

in: http://www.citador.pt/textos/educacao-para-a-independencia-do-pensamento-albert-einstein


Albert Einstein

Alemanha
14 Mar 1879 // 18 Abr 1955
Físico, Teoria da Relatividade 

Educação para a Independência do Pensamento

Não basta preparar o homem para o domínio de uma especialidade qualquer. Passará a ser então uma espécie de máquina utilizável, mas não uma personalidade perfeita. O que importa é que venha a ter um sentido atento para o que for digno de esforço, e que for belo e moralmente bom. De contrário, virá a parecer-se mais com um cão amestrado do que com um ser harmonicamente desenvolvido, pois só tem os conhecimentos da sua especialização. Deve aprender a compreender os motivos dos homens, as suas ilusões e as suas paixões, para tomar uma atitude perante cada um dos seus semelhantes e perante a comunidade. 
Estes valores são transmitidos à jovem geração pelo contacto pessoal com os professores, e não — ou pelos menos não primordialmente — pelos livros de ensino. São os professores, antes de mais nada, que desenvolvem e conservam a cultura. São ainda esses valores que tenho em mente, quando recomendo, como algo de importante, as «humanidades» e não o mero tecnicismo árido, no campo histórico e filosófico. 
A importância dada ao sistema de competição e a especialização precoce, sob pretexto da utilidade imediata, é o que mata o espírito de que depende toda a actividade cultural e até mesmo o próprio florescimento das ciências de especialização.
Faz também parte da essência de uma boa educação desenvolver nos jovens o pensamento crítico independente, desenvolvimento esse que é prejudicado, em grande parte, pela sobrecarga de disciplinas em que o indivíduo, segundo o sistema adoptado, tem de obter nota de passagem. A sobrecarga conduz necessariamente à superficialidade e à falta de verdadeira cultura. O ensino deve ser de modo a fazer sentir aos alunos que aquilo que se lhes ensina é uma dádiva preciosa e não uma amarga obrigação. 

Albert Einstein, in 'Como Vejo o Mundo' 

Berta Isla - Javier Marías

CAMÕES

 V CENTENÁRIO DE CAMÕES! CAMÕES, ENGENHO E ARTE! Participa...