ALUNOS ESTUDANDO AUTONOMAMENTE NA B. ESLA
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017
terça-feira, 7 de fevereiro de 2017
Nas salas de aulas reina a “pequena indisciplina”
Só 0,01% dos alunos foram transferidos compulsivamente de escola em 2014/2015, revela o Ministério da Educação. Aulas expositivas “potenciam” problemas, dizem pais e directores.
7 de Fevereiro de 2017, 7:04
NFACTOS / FERNANDO VELUDO
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Este é um dos casos em que as minorias contam. Segundo um inquérito realizado junto dos directores de 45 agrupamentos frequentados por 53.664 alunos, 8,23% dos estudantes tiveram em 2015/2016 participações disciplinares. E, no entanto, a nível internacional, os professores portugueses são dos que se queixam mais de problemas de indisciplina em sala de aula, conforme dão conta inquéritos internacionais a docentes.
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“Basta um aluno ou dois malcomportados por turma para darem cabo de uma aula”, comenta a propósito Alexandre Henriques, professor do 3.º ciclo e secundário e autor do inquérito sobre indisciplina nas escolas, feito em colaboração com a Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), que nesta terça-feira será publicado no blogue ComRegras de que também é responsável.
É o segundo inquérito sobre o tema realizado por Alexandre Henriques. O primeiro retratava a situação em 2014/15. Para que pudessem ser feitas comparações entre ambos, o autor levou em linha de conta apenas uma parte dos agrupamentos que este ano responderam ao inquérito, de modo a abranger um universo de alunos idêntico ao do ano passado: cerca de 35 mil. Resultados: o número de alunos, neste universo, com participações disciplinares passou de 2014/2015 para 2015/2016 de 2641 para 3035; registou-se também um acréscimo nos dois tipos de medidas disciplinares previstas pelo Estatuto do Aluno. Nas medidas ditas correctivas, de que o exemplo mais frequente é a ordem de saída da sala aula, passou-se de 4,18% para 5,28%; nas sancionatórias, que podem levar à suspensão ou à transferência compulsiva de escola, a oscilação foi de 1,96% para 2,28%.
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Em números absolutos, nos agrupamentos inquiridos há registo de 3807 medidas correctivas em 2015/2016 que foram aplicadas a 1854 alunos, o que quer dizer que muitos dos visados são repetentes na matéria. O mesmo se passa nas medidas sancionatórias, com um total de 1054 aplicadas a 802 alunos.
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“Suspender um aluno não se faz”
Em resposta ao PÚBLICO, o Ministério da Educação indicou que em 2014/2015, últimos números que tem disponíveis, “foram instaurados 215 procedimentos disciplinares que originaram transferência de escola (a medida sancionatória mais gravosa), o que representa 0,01% do total de mais de um milhão de alunos”.
“Sou director há 14 anos e nunca suspendi um aluno, nem nunca o farei. Porque mandar um aluno para a rua é mandar também o problema para a rua e isso não se faz. Isto não quer dizer que não tenhamos tido problemas graves, mas conseguimos resolvê-los na escola”, refere a propósito o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira.
Ao contrário da evolução de crescimento identificada nas conclusões apontadas no estudo de Alexandre Henriques em colaboração com a ANDAEP, Manuel Pereira dá conta de que no agrupamento de que é director, agrupamento de Escolas de Cinfães, “há uma diminuição clara da indisciplina”, o que ele atribuiu à “grande política de proximidade com os alunos e encarregados de educação”.
O aumento reportado no estudo não significa “que haja mais casos de indisciplina nas escolas, mas sim que estas estão mais atentas ao fenómeno e o reportam mais”, afirma Filinto Lima, responsável da ANDAEP, que lamenta que o Ministério da Educação não tenha dados públicos sobre este tema, tornando assim impossível ter um retrato nacional da indisciplina na escola.
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Aulas expositivas potenciam indisciplina
Apesar destas limitações, Filinto Lima não tem dúvidas de que, nesta matéria, “é a pequena indisciplina que reina nas escolas”. Os alunos que olham para trás, que atiram um avião de papel, que falam uns com os outros, são alguns dos casos que aponta.
“Difícil é sentá-los e depois mantê-los cativados e pró-activos durante a sala de aula”, afirma, para acrescentar que as aulas expositivas, com o professor a debitar a matéria, ainda muito frequentes em Portugal, acabam por potenciar “situações de indisciplina”.
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“Pede-se às crianças que fiquem imóveis numa sala de aulas durante 50 minutos”, lembra o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), Jorge Ascenção, acrescentando que muito do que está em causa também aqui são as práticas pedagógicas em sala de aula. “Aquilo que é normal numa criança, uma forma de estar mais irrequieta, é vista muitas vezes como indisciplina”, frisa.
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Jorge Ascensão considera, por isso, que há sempre “algum exagero” quando se fala de indisciplina nas escolas. “Desde a ministra Maria de Lurdes Rodrigues, que existe uma tendência de vitimização por parte dos professores que, por vezes, quase leva a crer que Portugal é um país de crianças gangsters. Claro que há situações graves nas escolas, mas sempre as houve”, diz.
Os dados de um inquérito aos professores realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), em 2013, dão conta de que os docentes portugueses estão entre os que dizem gastar mais tempo a manter a ordem em sala de aula: 17,7% do tempo de aulas é consumido nesta tarefa contra uma média de 13,1% na OCDE. No mesmo inquérito, Portugal está entre os cinco países com uma maior percentagem de professores (38%) a reportarem terem turmas em que mais de 10% dos alunos têm problemas comportamentais.
in: http://www.dn.pt/sociedade/interior/hackers-entram-nos-mails-e-dao-ordem-para-transferir-milhoes-5652150.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+DN-Ultimas+%28DN+-+Ultimas%29%20via%20%22Portugal%20Not%C3%ADcias%22%20http://play.google.com/store/apps/details?id=com.acerolamob.android.portugalnoticias
Hackers entram nos e-mails e dão ordem para transferir milhões
A intrusão em e-mails está a crescer em Portugal, refere a PJ. GNR registou aumento da devassa online
A nova tendência dos ciberataques é a "fraude do CEO". Começa assim: um hacker acede ao protocolo que identifica os computadores de uma empresa (o IP), e logo, a todos os mails. O passo seguinte à intrusão no sistema é enviar um e-mail fazendo-se passar por diretor executivo da firma, dando ordens diretas a outros cargos executivos para transferirem milhares ou milhões de euros para determinadas contas, a pretexto de se concretizar um negócio.
Carlos Cabreiro, coordenador da secção de crime informático da Polícia Judiciária de Lisboa, explicou ao DN que "já há dezenas de casos em Portugal com a "fraude do CEO" e empresas, de todas as áreas, lesadas em largos milhares de euros".
Hoje, Dia Europeu da Internet Segura, é importante sublinhar que "as burlas através dos e-mails estão a assumir cada vez mais formas diferentes e a "fraude do CEO" é só uma delas".
Por ano, entram, em média, mais de mil inquéritos por crimes informáticos na PJ de Lisboa. Os mais expressivos têm sido os "crimes relacionados com acesso a dados e credenciais de acessos a contas bancárias; phishing, e também a extorsão sexual, que já chega aos 80 processos por ano só em Lisboa".
Devassa subiu 22%
Apesar de os crimes informáticos serem da exclusiva competência da Polícia Judiciária, a GNR também investiga crimes realizados com recurso a computadores. Na sua área territorial, a Guarda Nacional Republicana registou um aumento de 22% do crime de devassa por meio informático, de 83 casos em 2015 para 102 em 2016, como referiu ao DN o Major Paulo Poiares. A devassa é uma forma de humilhar alguém acedendo, por exemplo ao seu perfil no Facebook para colocar uma mensagem falsa que denigra a pessoa. Também comete este crime quem crie ou mantenha ficheiros que contenham dados pessoais que permitam uma identificação de uma determinada pessoa referente a convicções políticas, religiosas ou filosóficas, à filiação partidária ou sindical ou à vida privada em geral.
Também o fenómeno do cyberbullying - ou da perseguição/humilhação de um adulto ou adolescente através das redes sociais - tem vindo a ganhar cada vez mais expressão. Segundo o major Paulo Poiares, a GNR registou um total de 3224 queixas por difamação, calúnia e injúria em 2016, grande parte delas através da internet, no que foi uma subida de 3% destes três crimes que configuram cyberbullying.
A Guarda assinalou ainda um aumento das burlas informáticas em 2016: 3171 burlas (mais 291 do que em 2015). A maior parte dos casos referem-se a esquemas para lesar as vítimas relacionados com as plataformas de compras online. Por exemplo, plataformas como o OLX têm vindo a ser usadas por burlões para conseguir dinheiro fácil. Como explicou uma fonte policial ao DN, o burlão coloca um anúncio de venda de um telemóvel, o interessado transfere o dinheiro para o pagamento e depois nunca chega a receber o telemóvel. Ou o interessado recebe em casa a máquina fotográfica de última geração que tinha comprado e que, afinal, é uma simples máquina de plástico.
A GNR registou ainda uma subida das extorsões por via informática: 98 casos (mais 22 do que em 2015). "Temos notado aqui uma subida dos casos de extorsão sexual por via da utilização de fotografias íntimas ou vídeos para chantagear alguém". Como nota o oficial da GNR, o que os dados gerais da criminalidade em 2016 vão apontar, quando for divulgado o Relatório Anual de Segurança Interna, em março, " é uma descida da criminalidade participada mas um aumento de todos os crimes relacionados coma internet".
54% têm amigos desconhecidos
Para assinalar o Dia Europeu da Internet Segura, a Vodafone divulgou um inquérito a 5298 adolescentes em 10 países sobre os seus hábitos online. Em Portugal foram inquiridos 200 adolescentes. Em conclusão: 54% dos jovens portugueses têm "muitos amigos "online que nunca conheceram na vida real. Neste indicador, Portugal e Itália são os que apresentam o maior valor. 37% dos adolescentes portugueses conhecem pessoas que criaram perfis falsos para publicarem conteúdos ou fotografias nas redes sociais. 70% admitiram que muitas pessoas agem de forma diferente online daquilo que são ou fazem na vida real. Nota positiva: 79% dos jovens receberam conselhos para serem positivos nos media sociais, a maior percentagem em 10 países.
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