Comemoração do Dia Internacional do
quinta-feira, 20 de março de 2014
quarta-feira, 19 de março de 2014
Biblioteca
Semana Nacional de Leitura
“O Legado da Antiguidade no Português Contemporâneo”
por
ADRIANA NOGUEIRA
Professora da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve
Terça-feira, 18 de março, às 10:30h
Adriana Nogueira doutorou-se em 2001 em Literatura e Cultura Clássicas pela Universidade do Algarve e é Professora Auxiliar na mesma universidade. Foi Bolseira Fulbright em 2000, na Universidade de Cornell (EUA). É membro da Associação Portuguesa de Estudos Clássicos e pertence aos Órgãos Sociais da Associação de Bolseiros e Amigos do Programa Fulbright.
Autora de dezenas de artigos científicos publicados em várias revistas e jornais nacionais e internacionais, foi docente de várias licenciaturas e mestrados; arguente e orientadora de dissertações de Mestrado e de teses de Doutoramento. Também é autora de diversas obras literárias e de crítica literária. Foi organizadora e participante em múltiplos encontros, colóquios, conferências dentro e fora do país.
Dirigiu diferentes cursos (atualmente é diretora do curso de mestrado em Produção, Edição e Comunicação de Conteúdos), foi Vice-Presidente da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Diretora do Departamento de Artes e Humanidades e, presentemente, é Diretora das Bibliotecas da Universidade do Algarve.
A nossa convidada tem na Antiguidade Clássica a sua grande paixão. Também tem a particularidade de ter estudando cerca de uma dezena de línguas estrangeiras.
quinta-feira, 13 de março de 2014
Sophia de Mello Breyner AndresenPortugal
6 Nov 1919 // 2 Jul 2004Poeta
6 Nov 1919 // 2 Jul 2004Poeta
Esta GenteEsta gente cujo rosto
Às vezes luminoso
E outras vezes tosco
Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis
Faz renascer meu gosto
De luta e de combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafre
Pois a gente que tem
O rosto desenhado
Por paciência e fome
É a gente em quem
Um país ocupado
Escreve o seu nome
E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra do chão
E mais do que a pedra
Humilhada e calcada
Meu canto se renova
E recomeço a busca
De um país liberto
De uma vida limpa
E de um tempo justo
Sophia de Mello Breyner Andresen, in "Geografia" http://www.citador.pt/poemas/esta-gente-sophia-de-mello-breyner-andresen
Às vezes luminoso
E outras vezes tosco
Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis
Faz renascer meu gosto
De luta e de combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafre
Pois a gente que tem
O rosto desenhado
Por paciência e fome
É a gente em quem
Um país ocupado
Escreve o seu nome
E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra do chão
E mais do que a pedra
Humilhada e calcada
Meu canto se renova
E recomeço a busca
De um país liberto
De uma vida limpa
E de um tempo justo
Sophia de Mello Breyner Andresen, in "Geografia" http://www.citador.pt/poemas/esta-gente-sophia-de-mello-breyner-andresen
Agostinho da SilvaPortugal1906 // 1996Filósofo/Poeta/Ensaísta
A Hipocrisia do Amor ao PovoEstes amam o povo, mas não desejariam, por interesse do próprio amor, que saísse do passo em que se encontra; deleitam-se com a ingenuidade da arte popular, com o imperfeito pensamento, as superstições e as lendas; vêem-se generosos e sensíveis quando se debruçam sobre a classe inferior e traduzem, na linguagem adamada, o que dela julgam perceber; é muito interessante o animal que examinam, mas que não tente o animal libertar-se da sua condição; estragaria todo o quadro, toda a equilibrada posição; em nome da estética e de tudo o resto convém que se mantenha.Há também os que adoram o povo e combatem por ele mas pouco mais o julgam do que um meio; a meta a atingir é o domínio do mesmo povo por que parecem sacrificar-se; bate-lhes no peito um coração de altos senhores; se vieram parar a este lado da batalha foi porque os acidentes os repeliram das trincheiras opostas ou aqui viram maneira mais segura de satisfazer o vão desejo de mandar; nestes não encontraremos a frase preciosa, a afectada sensibilidade, o retoque literário; preferem o estilo de barricada; mas, como nos outros, é o som do oco tambor retórico o último que se ouve.
Só um grupo reduzido defende o povo e o deseja elevar sem ter por ele nenhuma espécie de paixão; em primeiro lugar, porque logo reprimiriam dentro em si todo o movimento que percebessem nascido de impulsos sentimentais; em segundo lugar, porque tal atitude os impediria de ver as soluções claras e justas que acima de tudo procuram alcançar; e, finalmente, porque lhes é impossível permanecer em êxtase diante do que é culturalmente pobre, artisticamente grosseiro, eivado dos muitos defeitos que trazem consigo a dependência e a miséria em que sempre o têm colocado os que mais o cantam, o admiram e o protegem.
Interessa-nos o povo porque nele se apresenta um feixe de problemas que solicitam a inteligência e a vontade; um problema de justiça económica, um problema de justiça política, um problema de equilíbrio social, um problema de ascensão à cultura, e de ascensão o mais rápida possível da massa enorme até hoje tão abandonada e desprezada; logo que eles se resolvam terminarão cuidados e interesses; como se apaga o cálculo que serviu para revelar um valor; temos por ideal construir e firmar o reino do bem; se houve benefício para o povo, só veio por acréscimo; não é essa, de modo algum, a nossa última tenção.
Agostinho da Silva, in 'Considerações" http://www.citador.pt/textos/a-hipocrisia-do-amor-ao-povo-agostinho-da-silva
Só um grupo reduzido defende o povo e o deseja elevar sem ter por ele nenhuma espécie de paixão; em primeiro lugar, porque logo reprimiriam dentro em si todo o movimento que percebessem nascido de impulsos sentimentais; em segundo lugar, porque tal atitude os impediria de ver as soluções claras e justas que acima de tudo procuram alcançar; e, finalmente, porque lhes é impossível permanecer em êxtase diante do que é culturalmente pobre, artisticamente grosseiro, eivado dos muitos defeitos que trazem consigo a dependência e a miséria em que sempre o têm colocado os que mais o cantam, o admiram e o protegem.
Interessa-nos o povo porque nele se apresenta um feixe de problemas que solicitam a inteligência e a vontade; um problema de justiça económica, um problema de justiça política, um problema de equilíbrio social, um problema de ascensão à cultura, e de ascensão o mais rápida possível da massa enorme até hoje tão abandonada e desprezada; logo que eles se resolvam terminarão cuidados e interesses; como se apaga o cálculo que serviu para revelar um valor; temos por ideal construir e firmar o reino do bem; se houve benefício para o povo, só veio por acréscimo; não é essa, de modo algum, a nossa última tenção.
Agostinho da Silva, in 'Considerações" http://www.citador.pt/textos/a-hipocrisia-do-amor-ao-povo-agostinho-da-silva
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